quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Um pouquinho de futebol... pra não perder o costume.

Hoje nós matamos a última aula para assistir à partida entre Brasil e Estados Unidos. Futebol feminino. Fomos eu mais um grupo de garotas para um botecão de esquina. Não pergunte. Entre cerveja, coca cola, bolachas e gritos, eu e Ciça comentávamos o jogo com ar de profissionais:
"DEIXA ESSA BOLA NO CHÃO, PÔRRA!".
"ESSE TIME NÃO SOBE, CARAMBA!".
"CARA, OLHA LÁ: NO ATAQUE SÓ TEM DUAS! ELAS NÃO TÊM COM QUEM JOGAR!".
"TEM UMAS 500 JOGADORAS ATRÁS, MAS NENHUMA DELAS É ZAGUEIRA!".
"Ô GOLEIRA DO CAPETA!".
ETC.
Os caras do bar olhavam de esguelha, comentavam entre si, xingavam alto e bebiam. O tio das breja queria ver o circo pegando fogo e torcia pelas norte-americanas. Bobinho.
Ao final do segundo tempo, ainda no 0 x 0 (!), fui pra Vó bater o meu rango, na esperança de chegar em tempo de assistir à prorrogação. Meow, dificilmente um jogo me empolga tanto quanto o de hoje foi capaz de empolgar.
Apesar d'eu achar que o nosso posicionamento dentro de campo deixou muito a desejar, com a Marta e a Cristiane tendo de, literalmente, fazer milagre no ataque, e que os nossos passes estavam muito nervosos, é impossível olhar pr'aquelas meninas sem falar do talento e da garra delas. Meow, era cada drible que saía! *_*

Tem algum bom tempo o futebol deixou de me impressionar. Aquela merda que se assiste na tv às quartas e domingos, senão pelos times que disputam vaga na primeira divisão, é um desfile de gente excessivamente treinada com acesso de estrelismo e vontade de fazer bonito pra disputar salário em time europeu. É tudo um bando de macaco obediente que não inventa nada, não tenta nada. Absolutamente cansativo. Isso sem falar na rotação endêmica de treinadores. Atualmente, a única coisa que envolve futebol e vale realmente a pena é futebol de rua ou Rock Gol. E, agora que eu pude constatar, o nosso time feminino.
Quando eu assisti a um jogo da nossa seleção feminina pela primeira vez, não gostei tanto. Achei que o nível daquele futebol não se comparava nem ao de um time masculino de segunda divisão. Penso que, de lá pra cá, melhoramos muito em questão de técnica e tática. Tipo, é outra história, saca? Além de terem melhorado o nível das jogadas, elas estão bem mais organizadas em campo. Parece que todo o incentivo que o futebol feminino brasileiro não obteve nos últimos 300 anos acabou depositado nesse time que foi disputar as Olimpíadas de Pequim. [Ó, não... O que será delas agora? O.O'']
Mas, ok, elas não venceram. Tomaram o gol do azar na prorrogação, apesar de atentarem um zilhão de vezes contra o gol das norte-americanas, que só não levaram (apesar d'o nosso posicionamento ter atrapalhado pra caramba - sim, eu tô inconformada com isso) por causa da goleira e porque deus, em certos momentos, realmente não quis que a bola entrasse. Em compensação, ele também não deixou as norte-americanas tirarem vantagem de algumas gafes nossas na defesa. O.O UFA.
O que dá pra dizer, né? As norte-americanas estavam preparadas para um time que vem pra cima. A defesa e a marcação delas não sossegaram. Foi uma vitória mais tática do que qualquer outra coisa. Elas jogaram bem: souberam aproveitar as [poucas] oportunidades que tiveram, ainda que com certo receio do nosso tipo de jogo - em nenhum momento, nenhuma delas tentou (conseguiu?) escapar de três ou mais jogadoras nossas. Nós demos, sem dúvida, um show de habilidade... Por outro lado, nossa zaga estava furada. E nossas atacantes, sozinhas.
Diria mais também... Diria que foi uma disputa equilibrada. Com direito a muitos comentários e uma torcida atenta. Nunca vi tanto homem empolgado com jogo de mulher na minha vida. Também comi muitas bolachinhas de aveia. E... Bem. Foi um jogaço. Parabéns pela prata, meninas. Foi PHODA! *o*
Sem mais.

let it be, beatles

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