domingo, 28 de setembro de 2008

amiguinhos gigantes

Foi questão de minutos: olhei pr'o lado e os meus amigos haviam crescido. As meninas viraram mulheres; os meninos, bem, os meninos continuam no meio-termo (sempre). A gente já não discute as mesmas coisas de antes e, se nos deixamos influenciar por pequenos sonhos, é com a consciência de que estamos brincando... ou bebendo.
Elas já não chegam no meu ouvido fazendo fofoca, lendo suas poesias de amor, ou dizendo dos caras bonitos. Elas chegam com músicas, filmes, ditos que as fazem pensar e decisões difíceis. Elas chegam pedindo conselhos, enfiadas em relacionamentos que não entendem e que lhes fogem ao controle - da cabeça e do corpo. Elas chegam confessando indecências, arrependimentos e aquelas famigeradas vontades que vêm do nada.
Eu fico admirada. Poderia ficar meio assustada com o rumo que tomam certas coisas e a grandeza que assumiram essas minhas meninas, mas não. Observo com carinho e entusiasmo - seria de fato um desperdício pedir para que permanecessem pequenas.
Já eles... Bem, eles andam muito mais versáteis. Topam literalmente tudo: contigo ou sem. Tomam gosto pelo corpo das meninas. Tanto gosto que, pra qualquer homem, o hábito de abraçar se torna muito válido: abraçando, você sente as formas. Cintura é um diabo. (E isso é universal: vale tanto para os comprometidos quanto - e principalmente - para os mal intencionados.)
Eles andam cheios das mil e uma intenções. E ainda assim você pode bater neles, porque, não é mistério, eles gostam da atenção que os tapas carregam. Eles escrevem poemas maduros, que jogam no lixo quando descem a ladeira correndo pra falar que continuam pensando em ti, apesar dos 18 meses de distância. Eles desenvolvem as piadinhas, ficam mais sérios e aparentemente distantes, mas é tudo mentira. Eles contam suas aventuras - raramente citam as românticas - e elogiam uns aos outros por causa dessa e daquela "mina que ele catou, putz, muita raiva, além de linda, era inteligente!".
E há essas vezes em que é possível desarmá-los e vê-los virando meninos de novo. Algo que eles fazem com maior freqüência e mais abertamente do que as mulheres, cuja meninice só torna a ser quando elas encontram o colo adeqüado.

sábado, 27 de setembro de 2008

Conclusões semanais

Meu irmão é cego. Meus textos/poemas corridos andam muito impublicáveis. Preciso comprar as passagens pra Franca. Perdi meu ciúme por gente. Ou será que o substituí? Não parei para olhar a janela essa semana. Há pessoas que vencem seus traumas muito rápido. Ou fingem muito bem. Mamãe ri de mim quando eu digo que vou a um sarau. Creio que ela se pergunta o que deu errado ao longo do caminho. Ela definitivamente pensa que eu uso drogas. Se eu tivesse grana, certeza que iria ao show da Madonna. O pessoal do serviço me faz rir. Quero MUITO uma moto. Bidê ou Balde é phoda. Preciso levar Vovó ao cinema.

MICROONDAS [Bidê ou Balde]

tem coisas lá em casa que eu nem ligo mais,
pra não ter que desligar.
pessoas da minha vida parecem sumir,
mas insistem em voltar.
amores requentados, feito pão dormido,
vêm do microondas.
e o bom e velho gosto de romance antigo
é sempre bom de recordar.

flores que você traz pra me dar...
eu não preciso disso pra lembrar.
lembro cada beijo que eu te dei!
eu lembro cada beijo que eu te dei!
só pra lembrar, só pra lembrar, só pra lembrar - mais um!

eu nunca esperei me encontrar
com você nesse lugar
o que você tem feito?
como vão seus pais?
vamos sair para jantar.
o que eu tô dizendo?
eu não acredito!
olha o microondas!
desse jeito, requentando,
eu sei que não existe nada pra descongelar.

parabéns a você nesta data, querida
sinto muito, mas estou de partida.
me disseram que é bom mudar
mas eu não sei por onde começar
por uma noite apenas serei seu, é foda!
guaraná é bem melhor que soda
não ligue para o que vão dizer
o jet set que vá se fuder!
nas festas da playboy não tem só mulher gostosa,
tem champanhe também.
e o que você está fazendo em casa?
ponha uma roupa e o pau pra fora
todo mundo sempre está
onde todo mundo vai
todo mundo dá palpite
todo mundo dá convite

domingo, 21 de setembro de 2008

Intrusa

Ontem à noite, saímos eu, Davi e Mamãe para ir ao cinema assistir àquele lixo O Procurado. No meio do caminho, paramos para comer e eis que se inicia toda a discussão.
-- Eu conheço um casal de namorados que faz competição de arroto. Um dia, também, eles estavam no elevador do prédio dele e daí ela disse que ele soltou AQUELE gás e uma moça acabou adentrando o recinto. Coisa que era rara, porque ele mora num apartamento como o nosso, onde tu raramente topa com os vizinhos. Sei lá... Acho legal quando você consegue ficar assim tão à vontade com a pessoa. Tipo (...) [eu]
-- Argh. [Mãe]
-- Que nojo. Isso eu acho feio. [Davi]
-- Ué. Por que é feio?
-- Porque é uma intimidade que você torna cotidiana. [Davi]
-- É a mesma coisa que fazer cocô de porta aberta. [Mãe]
-- O.o' Eu faço xixi de porta aberta quando só estamos nós em casa.
-- E isso não quer dizer que eu goste. [Davi]
-- Xixi tudo bem, cocô não. [Mãe]
-- É, nisso eu concordo. [eu]
-- Hoje em dia tá em moda liberar geral e que se foda. Daqui a pouco vai ter maconheiro em tudo que é canto. [Davi]
-- Melhor. [eu]
-- MELHOR? [Mamãe e Davi em uníssono]
-- Eu acho.
-- Ah, tu diz isso porque nunca namorou e nunca adquiriu intimidade com alguém, de tu ficar na casa da pessoa, d'ela ficar na sua.
-- É, eu nunca tive isso, admito. [digo, enquanto Mamãe e eu trocamos olhares sugestivos]
-- E daí qual vai ser a graça do mundo? Em todo canto, você vai ter uma mina pelada. Você vai acabar com a graça de tudo. Daqui a cem anos, o mundo vai acabar. [Davi]
-- Vai mesmo acabar, eu não nego, mas acho que não vai ser pelo fato de tu encontrar minas peladas, ou um maconheiro em tudo que é canto.
-- Nós estamos virando animais. Prazer imediato é a solução pra tudo. [Davi - Mamãe aplaude]
-- As relações andam muito superficiais. Outro dia, eu fui jantar na casa da gerente do banco e ela mostrou uma foto de uma festa de debutante da filha de não sei quem. A filha fazia 15 anos e parecia ter 20. E a mãe parecia, literalmente, se não era de fato, uma mulher de programa. As gerações se copiam e acabam virando versões pioradas. [Mamãe]
-- Não acho que seja assim.
-- Tudo anda muito fácil. As meninas da minha idade não prestam, são todas iguais.
-- Calma lá, também não é assim. [Mamãe e eu, em uníssono]
-- Se for pra analisar dessa forma, os meninos da minha idade também não prestam.
-- Na minha idade, os homens não prestam. Todos eles querem sexo de cara quando a gente sai. Não dá pra desenvolver nenhum tipo de vínculo se a gente não começa pelo sexo. [Mamãe]
-- Mas, até aí, todo homem é assim depois de uma certa idade. [eu]
-- Por isso, por causa dessas relações de prazer imediato, você tem homens e mulheres frustradas. Eles podem não mostrar frustração aos 20 anos de idade. Agora, pega esses mesmos com 30, 40 anos. [Mamãe]
-- Ow. Eu só mencionei a competição do arroto simplesmente porque acho legal esse nível de conforto do relacionamento. Não é que precise virar um hábito. Não é um hábito. É uma brincadeira, pô. [eu]
-- Nojenta. [Davi e Mamãe]
-- Ah, vá. (Com raivinha do puritanismo do Davi.)
-- Hoje em dia, você não tem opção. Essa idéia de ser diferente, ir contra tudo e todos só serve pra deixar o mundo mais superficial. [Davi]
-- Muito pelo contrário. Eu acho que, hoje em dia, a gente tem é MUITA opção. Tá todo mundo muito acessível e (...)
-- Exato! Você tem muuuuuita opção e nenhuma delas presta, porque há uma necessidade de trepar com todo mundo e conhecer tudo e todo mundo. [Mamãe]
-- Então meow. E qual é o problema de tanto acesso? Não vejo problema algum em você poder trepar com esse, com aquela, com três, com quatro. As coisas estão SIM mais superficiais, mas isso não quer dizer que a opção de ser ou não superficial tenha sumido. [eu]
-- Você se coloca num grupo de amigos e o que acontece? Você é automaticamente influenciado por eles! [Davi]
-- É uma questão cultural isso! [Mamãe]
-- Gente, calma lá. Vocês subestimam demais o poder crítico e as reações que ocorrem a todos esses movimentos. Pega a gente mesmo, por exemplo. Tu, Davi, que acha todas as minas iguais e que não quer relacionamentos superficias. Ou tu, Mãe, que é a mulher de 40 e poucos anos de saco cheio de homem que só quer trepar. Vocês reagem e não estão nessa sozinhos! Todo mundo tá sabendo que o mundo anda muito rarefeito. Mesmo eu que, apesar de defender essa liberalização geral, também gosto de relacionamentos de maior valor, e sou menina de uma pessoa só. Hoje você tem mais opções e tem também a opção de dizer não a todas elas. [eu]
-- Mas e como é que eu faço? Não consigo criar nenhum tipo de vínculo com homem. E se for pra dizer não de cara, eles somem, não persistem.
-- Tu precisa aprender a criar ambiente, Mãe. No teu trabalho não dá, porque são raros os homens lá. E, se quer conhecer alguém pela internet, tá de fato fodida, porque Internet é codinome pra companheiro de cama. Quer saber o que é legal? Continue a fazer os cursos que tu anda fazendo. Faça um monte, procure cursos interessantes, com temas que te interessem. Estamos em São Paulo. Curso bom, grátis e cheio de gente interessante é o que não falta. Na faculdade, Davi, certamente tem mina interessante. Assim como, na minha faculdade, tem, entre todo aquele bando de homem que só quer trepar, um outro bando - talvez menor, não nego - de homem que quer coisa séria. Você tem que ter opções, pra poder fazer escolhas. Hoje em dia, tu tem todas as opções do mundo... E não sei como vocês conseguem reclamar disso.
-- Ah meow, a verdade é que eu nasci na época errada.
-- É, eu também. Apesar do meu terapeuta dizer que, se você nasceu numa época, é porque esse é o tempo certo pra você.
-- Bom, eu sinto que nasci na época certa. Apesar de todos os pesares.

o.o' A aquariana enfiada no meio dos dois virginianos. Onde foi que eu amarrei o meu bodinho, meldels? XD

perdido en un barco, maná

sábado, 20 de setembro de 2008

Subject

Sempre que eu abro a porra do blogger me vem aquele dilema da página em branco: o que é que eu vou, ou estou querendo dizer? Às vezes eu acho irônico que uma pessoa extremamente visual como eu goste tanto de brincar com palavrinhas. Isso me faz pensar em como seria se eu tivesse uma câmera de vídeo... Será que as minhas filmagens seriam tão silenciosas quanto eu as imagino na minha cabeça? Minha cabeça é estranha: ela não pára, mas é o lugar mais silencioso do mundo. Tanto que, quando eu sonho, as pessoas não conversam. Há sons externos, música, mas é algo que, automaticamente, eu insiro no cenário... As pessoas em si não falam; se comunicam através de gestos. E, quando eu faço que uma delas vai falar, ou é porque a gente (sim, eu inclusa) tá brigando, ou então as bocas se mexem sem produzir som.
Papos irrelevantes.
Mas, então, o que dizer? Dizem que um dos maiores problemas que os cronistas atualmente enfrentam é a falta de assunto. E eu fico pensando que você tem que ser um cara muito limitado pra gastar todos os assuntos do mundo. E eu fico pensando que você tem que ser um cara muito limitado e bobo pra gastar todos os assuntos do mundo, falando, inclusive, sobre coisas de que não gosta. Caraca meow, até a falta de assunto é um assunto.
O Fernando Veríssimo, por exemplo, é o rei dos assuntos. Quando tem sobre o que falar, ele fala; quando não tem, ele inventa. A Lya Luft, por outro lado, já não tem paciência pra ver o circo pegando fogo, então ela fica com aquelas crônicas de mulher de quarta idade, cheia de recordações. Umas são realmente bonitas; outras, tu pula, porque é sempre a mesma coisa.
Eu não falo sobre política, transgênicos e o cacete a quatro. Falo de coisas aleatórias que observo por aí e, claro, de mim. Não sou tão criativa quanto um Veríssimo da vida e suas crônicas de escola, de comida etc, mas também não me assemelho a nenhuma Lya Luft da vida - a começar pelo fato d'eu ser bem novinha. Ao mesmo tempo, fico pensando em como os meus filmes ficariam. Não sou dada a imaginar cenas engraçadas, tampouco chocantes. Os mudos de Charlie Chaplin e Hitchcock não teriam de se preocupar com plágio. Já clipes de música... Ui. Meu ponto fraco. E clipes de música vêm com a vantagem de sempre ter assunto. Ainda que as bocas se mexam sem produzir som. :0D
(...)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

sábado, 13 de setembro de 2008

Blá

Ontem, no meio de uma conversa, vi alguém demonstrar sentir raiva daquilo que fora um dia. Havia gestos de quem visualiza coisas e tenta apagá-las da cabeça. Eu tentava entender a que se devia todo aquele asco, mas tudo que consegui captar foi um "ainda bem que cresci". Mistérios.
Depois disso, fiquei pensando nas coisas que já fui e se alguma delas me enraivece por algum motivo. E a verdade sórdida e ultra confiante nisso tudo é que não consigo encontrar nada. Encontro mil falhas, encontro três grandes arrependimentos, muitas mentiras, algumas culpas doídas, um excesso de medo contraposto a um outro, o de queixas irresponsáveis. Ah, também há muita ingenuidade incorruptível em certas cenas. Mas nada além, nada que eu não tenha considerado natural, consciente ou inconscientemente certo ou errado.
Penso "que bom". Ou então "que banana".
=0P

Davi e Braga - Pancadão ou Sertanejo

Braga & Davi - Pancadão Ou Sertanejo


XDDDD É meu irmão cantando com o amigo dele! E o pior é que o malandro canta bem!
[Ele faz a voz de fundo. Na versão original, ele seria o Latino.]

Ouçam.

Cásper Dorme

http://casperdorme.blogspot.com

Acessem.