quinta-feira, 29 de maio de 2008

Eles.

"(...) Na manhã seguinte, deixaram o hotel e antes de embarcarem, passaram pelo Capitólio para tirar umas fotografias. Voltando de trem para Nova Iorque, enquanto uma equipe de Granada tira fotografias para um documentário, Ringo começa a deslizar em volta ou debaixo das poltronas, imitando um macaco. John e George trocam seus paletós, sem nenhuma razão. Em seguida, Ringo com uma dúzia de máquinas fotográficas em tôrno do pescoço, empurra os viajantes, gritando: - 'Desculpe, revista Life, exclusivo, eu sou uma câmara.' George sobe no bagageiro, deita-se e finge-se de morto. Ringo, de casaco de peles claro e um chapéu de mulher de arminho, corre pelo vagão. George volta vestido de cabineiro, carregando uma bandeja cheia de coca-colas vazias. Do outro lado do vagão, Paul, debruçado na janela, tira fotografias, gritando espalhafatosamente: - 'Meu Deus! que criação! que artístico! trilhos de trem!' A câmara da equipe continua a filmar, os repórteres das revistas Life, Newsweek e Saturday Evening Post continuam a tomar notas, John, de quando em quando, murmura: - 'Engraçado, muito engraçado.' (...)"

(A Vida Fantástica dos Beatles - Me Ama, Tá?, 1967 - BRAUN, Michael)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Esquema Pushing Daisies



Tem essa pessoa XX. XX sofre de paixonites inconstantes misturadas a surtos Amélie Poulainescos. Ou seja, XX consegue passar anos só no contato visual, mas é capaz de perder completamente o interesse após 2 semanas de contato carnal.
Há alguns meses, XX me fala de XY. XY é "o cara do ônibus". Há alguns meses, então, eu ouço as mais viajadas novelas mexicanas em torno de olhares famintos. Repito: OLHARES.
Quando eu pergunto como tem caminhado a pseudo-relação, XX fica brava porque ou é o ônibus que, cheio, impossibilita a união do casal, ou é ele que não puxa papo. XX não quer tomar iniciativa de nada e diz que já se ofereceu para segurar a mala de XY, mas o mesmo não quis. Ela diz que é a menina e que é ele quem deve chegar. Concordo com XX, mas discordo totalmente do fato d'ela fingir que dorme enquanto XY se põe a encará-la de maneira constrangedora.
Vai ver ele é mudo, uai.
Outro dia, XX chegou toda contente na facu e eu perguntei o que aconteceu.
-- UAU. Tu tá radiante. Que aconteceu?!
-- O cara do ônibus... Ele me abraçou!!!
-- FINALMENTE! Como foi, como foi?
-- Ah, eu 'tava sentada, né? Aí ele veio e apoiou a mão na cabeceira do meu banco e na cabeceira do banco da frente!
-- O QUÊ?!
-- É! Não é fofo??? ^^
-- Tá brincando, né?
Pushing Daisies, sá'qualé?!
Para quem não sabe, Pushing Daisies é o novo seriado da Warner, transmitido todas as quintas-feiras, às 21h. O seriado gira em torno da vida de Ned, um confeiteiro que possui um dom estranho: ele consegue ressucitar coisas mortas com um simples toque. O porém é que ele não pode mais tocá-las, senão elas caem mortas de novo, e dessa vez permanentemente.
Gosto de pensar que XX e XY 'tão numa no push no pull daisies situation. O que é praticamente a mesma coisa que brincar de pega-pega sem encostar...

além do que se vê, los hermanos, tá playando na minha catrola (pegou, pegou? cachola + vitrola!). bah.

(...) e o patuá.

A Andrea - Mel para os íntimos e Cocô para a menina que veio da neve - é meio temperamental. Tamanha é (sempre foi) a alternância de humores que sua Mãe, Dona Li, viu-se no dever de inventar uma musiquinha. Goes like this:
♪ A Andrea é uma chata
Vive só emburrada
Ela diz que não é nada
Mas tá sempre de cara fechada ♪
Dona Li é bibliotecária de segunda à sexta das 8h às 17h e taróloga, astróloga, perua e sozinha o resto do tempo. Ela não entende que o temperamento da Andrea vem, como a própria palavra dá a entender, de tempero, temperança. Para ela, quer dizer sempre temporal...
[Mel é sazon: quanto mais, mais BOOM!] - FAVOR DESCONSIDERAR.
A Mel não tem paciência para explicar para Dona Li o que se passa com ela. Teria se Dona Li, a astróloga, Mãe, perua, en.fá.ti.ca e can.sa.ti.va.men.te sozinha mulher no auge de seus 40 e poucos anos soubesse olhar para a filha com pouco mais que reprovações e adjetivos pequenos.
Há, lógico, outras coisas. Mas o que realmente interessa aqui é a enfatizabilidade que Dona Li dá a sua solidão, a impaciência da Mel e o patuá.
A solidão é um demônio que leva a Andrea à merda de vez em quando. A solidão leva Dona Li à merda mais frequentemente. A impaciência da Mel é um álibi para uma explicação muito longa sobre convívio, adoração, atropelos e espaço. A impaciência de Dona Li é conseqüência da impaciência da filha para com ela, fato que, por sua vez, gera mais impaciência ainda na Dona Li, que se sente cada vez mais sozinha.
O patuá, enfim, é um amuleto de proteção e sorte. Mamãe Li costurou-o ela mesma; fez um para o filho e outro, mais bonitinho, para a Mel. A Mel sempre carrega o seu patuá na mala. Simboliza qualquer coisa que ela entende, mas não explica, porque senão perde a beleza.
Mãe Li e Andrea ficarão bem num futuro próximo. Basta Andrea aprender a dizer o que Mamãe precisa aprender a escutar. Enquanto isso não sucede, valem a proteção e a sorte do patuá.

little light of love, fifth element soundtrack

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Ish

Fechei o 1° bimestre com QUATRO vermelhas.
Bonito Mel, bonito...

sábado, 17 de maio de 2008

Nha.

Hoje, me senti estranha demais. A sensação é de praxe, mas a coisa 'tava terrível agora à tarde. Não sei se foi o cansaço - não dormi essa noite -, se foi puro e simples desconforto, ou, pior, se fui eu mesma e as minhas inconstâncias. Só sei que fiquei literalmente bêbada de ar, dizendo frases soltas que, apesar de fazerem o seu sentido, calçavam perfeitamente os sapatos de uma desequilibrada.
A pessoa que estava comigo fazia pontos de interrogação com a testa; e eu aleatorizando tudo. Fiz papel de bagunçada... Às vezes, me falta o tato. Às vezes, eu prefiro dizer que são os outros que não vêm com o dispositivo "capte-me".
Desculpas para um personagem bobo.

Acho que foi o filme. Assistimos a Na Natureza Selvagem (Into The Wild), filme dirigido pelo Sean Penn, protagonizado pelo mesmo ator de Um Show de Vizinha (The Girl Next Door). Aquilo lá te faz submergir no cenário! O típico roteiro escrito no Tibet para isolacionistas em potencial. Pearl Jam é a trilha toda. E, ao deixar a sala escura, nada além da vontade de ficar só...
A vontade de ficar só contraposta à necessidade de dizer alguma coisa. Então falei inexata e semsentidamente algo sobre liberdade e afeto.
E a embriaguez é tanta que eu não sei dizer se menti.

deixa o verão, mariana aydar

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Citações

Levo sempre comigo um caderninho para anotações. De mês em mês, posto (geralmente não aqui) as frases interessantes que capturei no ar ou li em algum lugar. O mês passado contou com o seguinte acervinho de boas palavras:
"Pode-se obter muito dos homens, deslumbrando-os.". (Professor de História que viu a frase em algum lugar.)
"Poucas coisas são mais difíceis de suportar do que a chatice de um bom exemplo.".(Citação de Mark Twain, encontrada no livrinho Manual do Hedonista.)

"Na dúvida entre dois pecados, em geral escolho aquele que nunca experimentei antes.".(Citação de um tal de Mae West, encontrada também no livrinho Manual do Hedonista.)
"Eu amaria Elga se não amasse Lucie.".
(Frase dita por Jules no filme Jules e Jim.)

"Escrevo para confortar os aflitos e afligir os confortáveis.". (Frase do filme -chato- O Vento Será Tua Herança.)

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Juventude Transviada

Meu caderno para anotações vagas está explodindo. Meu quadro para rabiscos tem frases pretensiosas. Tenho escutado muita música de mulher: Ana Carolina, Espumas ao Vento, Me Revelar, Bic Runga, Marisa Monte, Norah Jones, Rita Lee. Estou numa daquelas fases, sabe? Totalmente Audrey Hepburn tirando Moon River na janela...
Vontade imensa de fugir.

Vou me demorando pela rua. Tô a extremos e não posso chegar cedo em casa; fico super desagradável no particular. Só tenho paciência pra minha zona.
Bagunço mais ainda o quarto para afastar os possíveis invasores. Há roupas e livros no chão; a cama, desarrumada.
Passeio de tênis pelo ap, chuto a bola na parede e, quando Mamãe chega, fecho a porta do quarto e passo a noite na minha, lendo, imaginando coisas. Se isso fosse filmado, longe de ser um filme, seria um documentário sobre o meu Infinito Particular.

Quando duas meninas vivem juntas e, por algum motivo, acabam disputando um mesmo espaço, as coisas ficam podres. Mamãe e eu, já há um tempo, temos disputado um espaço indefinido, onde uma não quer se colocar no lugar da outra (e vice-versa).

Atiro os tênis na sala. Quando fica escuro, tropeço neles. Isso acontece toda santa noite.
Toda santa noite,
Toda santa noite,
Toda santa noite,
eu tropeço nos tênis, eu me tranco no quarto, tenho vontade de brigar com a Mãe.
Ouço ¬¬ coisas que eu sei e fico com raiva da minha crisesinha meio-menina meio-adolescente. Passei hoje um tempão no telefone descarregando. No telefone.
Bom, que seja. Eu precisava da minha fase Peter Pan.

infinito particular, marisa monte

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Madonna, sonhos e amigos.

Nesse último fim de semana, realizei um tipo de sonho: fui a um bar karaokê e cantei Papa Don't Preach. Virada para o público, fazendo caras e bocas em cima do pequeno palco, cantei a plenos pulmões, devido à garganta arrebentada pela gripe, e acabei errando partes da letra. No backing vocal, dois fiéis escudeiros, gritando e errando comigo.
Ao longo desses meus 19 anos, já fiz o favor de ferrar com alguns relacionamentos, fato que me fez definir "amizade" algumas porções de vezes. Porque amizade, pra mim, é o começo de tudo. [Platonismo é um começo de nada.]
Quando cantei Madonna no sábado, me senti acolhida. E o sonho virou apenas contexto para o que de fato acontecia ali. Não era mais o meu sonho; era um sonho imenso, ajustado na hora. Perfeito, ultra brega e completo.
Naquela noite, então, eu redefini que amizade é aquilo que possibilita o reajuste plenamente satisfatório dos sonhos e dos momentos de cada um.

papa don't preach, madonna

sábado, 10 de maio de 2008

Gingado

Off record: foi meu professor de física no ano passado.
:0DDDDDDD

sábado, 3 de maio de 2008

Vai lá Mel, BERRA!

Eu DETESTO ter que me passar por uma pessoa democrática!! ù.ú

*grita no travesseiro*