terça-feira, 30 de dezembro de 2008

ê vidão...



A qualidade é podre, porque eu dependo de celular.
Mas dá pra entender muito bem a mensagem.
Agora licença que eu vou voltar pra lá.
;0D

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Filosofia de calçada...

Penso em como as pessoas se usam, natural e propositalmente.
Penso em como deve ser chato ser filho da Luciana Gimenez (e de tantas outras que existem por aí) e perceber que você foi uma ferramenta que a tua mãe usou pra conseguir fama e grana em cima d'uma trepada com o teu pai. Penso em como eu uso o Davi pra justificar certas atitudes que tomo perante a Mãe ou em como uso os meninos para ir a saraus, andar de moto, ganhar cd, lanche e atenção.
Gosto da troca estabelecida tacitamente nos relacionamentos, ainda que insistam em dizer que é tudo um entregar-se altruísta. Aliás... Preciso me atualizar: ninguém diz mais isso hoje em dia. Todo mundo valida seu ticket e, não, eu não estou reclamando. Estou apenas comentando algo que eu acho engraçado. Utilitarismo é, sem dúvida, um negócio interessante.
Um dia eu fui assistir a uma peça de teatro, em que essa menina concorda em casar com esse cara sob uma condição: a de que ele jamais a toque. Ele aceita, mas todo mundo percebe que a real intenção é fazê-la ceder em determinado momento. E, bem, a peça é simplesmente phodástica.
Fato é que o cara, do auge de seu patético platonismo, tinha intenções para com um corpo. E esse corpo, por motivos diversos ou não, se ausentou do tato. Enfim, tu se pergunta quanto vale um compromisso ou um sentimento... se tu não pode fruir o corpo.
Da mesma maneira, tu se pergunta quanto vale usar um corpo com o qual tu não aprende a ouvir outras músicas, nem a dizer tolices com outro tom; com o qual tu não divide, tampouco maneja idéias.
É possível gostar realmente de algo se você não faz uso disso?
Sinceramente, penso que não.
Gostar e usar estão intimamente ligados um ao outro. Tá que usar pode ou não englobar gostar, mas o contrário é lei. Se não é, você não é humano. Ou é, mas já não pertence a essa dimensão.

Minha Tia pediu que a colocasse na cama e que deixasse a porta entreaberta para que a Mel pudesse entrar e se ajeitar, confortavelmente, aos pés dela. Minha Vó conversava com minha outra tia, enquanto o primo falava um monte de coisas pr'as quais eu respondia "ahan". Ele, entusiasmado, prosseguia. Eu apenas pensava no cocô e em como estava alegre de ver a família reunida com toda aquela bagunça típica de lugar em que tem gente dormindo na sala.
Alegrinha que 'tava, resolvi torrar a paciência da Vó e ela teve que me fazer um leite. "Quer comer alguma coisa? Tem presunto na geladeira". "Quero não, Vó, só o leite mesmo". E ela foi tirar a frigideira do forno pra me esquentar o pão.
Meu primo chegou avoando à cozinha, falando de um golpe genial que ele descobriu no jogo.
"Vem ver, AndrÉia!". "Já vou já". "Vem ver!". "Já, já". "Vem ver, por favor". Fui. O Goku havia acabado de fazer uma tremenda bola de energia que tirou quase toda a vida d'um bicho roxo. "Jóia". Voltei pra cozinha.
Vovó me pediu pra pegar uns garfos chiques no armário em cima da geladeira. E aproveitou que eu já 'tava pendurada pra fazer descer os copos de cristal. Depois disso, ela foi dormir.
Eu fui pra sala jogar um pouco de videogame antes de dormir. Primeiro, jogamos Star Wars, onde, mais uma vez, eu morri pra que ele pudesse passar de fase. Depois, fomos pr'o 007, e eu acabei com a raça dele 20 vezes. A vingança é um prato que se come depois que o Lucky Skywalker mata o Darth Vader.
Estupidamente alegre, por ter aniquilado meu primo no jogo, continuava pensando no cocô e tinha uma vontade imensa de assistir a qualquer programa de super-herói. Foi quando o celular apitou com mensagem dela de Feliz Natal e eu dispensei a tv pra sonhar um filme.
Ao acordar, abri a cortina pra deixar o Sol entrar. Minha Vó já fazia o café e disse "bom dia" seguido de "vá calçar o chinelo". Desobedeci e, descalça, abracei a véia. Ela me chamou de descarada, eu ri e ela se pôs a fazer o meu café. :0)
Uso, abuso, trocas. Não troco por nada nesse mundo.

still cold, mazzy star

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

domingo, 21 de dezembro de 2008

DAMIEN RICE...

VEM PRA SAMPA!!! *_____*

QUANDO: 30/01 às 22h.
LOCAL: CITIBANK HALL (Av. Jamaris, 213, Moema).
QUANTO: de R$ 100 a R$ 200

Eu vou ser aquela piranha gritando "DAMIEN, I ADORE YOU! LET'S MAKE BABIES!".

Tô brincando. Tô mais pr'aquela convulsão emocionada de frente pr'o palco.
E quando eu digo de frente, é primeira fileira, centro.
Pelo que entendi, ele vem com a Lisa Hannigan... ^^


http://musica.uol.com.br/ultnot/2008/12/19/ult89u10023.jhtm

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

revolucionários

eles não gostam de hierarquia
eles têm sangue de pólvora
eles acreditam em ideais

eu tenho raiva deles.

[porque não sou uma.] u.u

da série confissões.
sub-série: das coisas que eu, secretamente, gostaria de ser.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Sou eu não...

Tô quase me convencendo de que eu tenho uma puta cara de atendente. Outro dia, fomos ao shops. Entramos numa papelaria (papelarias são interessantes) e duas pessoas, repito, DUAS pessoas - uma véia e um menino - perguntaram sobre produtos da loja.
"Ó, desculpa, mas eu não trabalho aqui não".
E essa não é a primeira vez. Já me perguntaram sobre Tylenol e absorventes numa farmácia, sobre livros e cd's na Saraiva e na Fnac, sobre celulares dentro da TIM. É foda ter cara de solícita.
Falando em solicitude, outro dia me ligou no celular essa mulher:
-- Alô.
-- Alô. Quem é que tá falando?!
-- Andrea. Quem é você?
-- Como assim Andrea?! Mas este é o celular do MEU marido!
-- [Ai caralho.] Olha, moça, deve ter sido um tremendo engano. Eu não conheço o SEU marido!
-- Mas esse é o número dele! Quem é VOCÊ?!?!
-- Olha, minha senhora, eu JURO que não conheço o SEU marido. Eu tenho 19 anos, sou de São Paulo e (...)
-- Ah, é de São Paulo?!
-- É!
-- Ah, então me desculpa! MEU marido é de Sorocaba.
-- [Ainda bem.] Então foi mesmo um engano. O DDD daqui é 11 e tals.
-- Ai, me desculpa. Ficou muito estranha a situação, né? (rs)
-- É, ficou. (rs)
-- Ai, tchau, tchau, então, bem.
-- Tchau, tchau.
Falando em "tchau", estava voltando pra casa, nessa outra ocasião, até que, meldels, quem surge à minha frente, saído de um salão de beleza chiquérrimo, mas discreto? Senhoras e senhores, eu vi o Celso Pitta. Celso Pitta que devia ter acabado de retocar os fios grisalhos. Se pá, ele consultou também a pedicure. Pés enormes. Seguranças também. E um carrão preto pra comportar tudo isso.
Sobre carrões, andei numa daqueles Mercedes antigas, com câmbio automático, painel de madeira e outras frescuras. Contei pr'o Davi e ele ficou morrendo de invejinha. É só pra isso que serve também, porque tanto faz o nome da lata sobre quatro rodas, desde que me carregue.

vamos fugir
deste lugar, baby
vamos fugir
tô cansada de esperar
que você me carregue

sábado, 8 de novembro de 2008

For no one [The Beatles]

your day breaks, your mind aches,
you find that all her words of kindness linger on,
when she no longer needs you.
she wakes up, she makes up,
she takes her time and doesn't feel she has to hurry,
she no longer needs you.
and in her eyes you see nothing,
no sign of love behind the tears cried for no one,
a love that should have lasted years.
you want her, you need her,
and yet you don't believe her,
when she says her love is dead,
you think she needs you.
and in her eyes you see nothing,
no sign of love behind the tears cried for no one,
a love that should have lasted years.
you stay home, she goes out,
she says that long ago she knew someone but now,
he's gone, she doesn't need him.
your day breaks, your mind aches,
there will be times when all the things
she said will fill your head,
you won't forget her.
and in her eyes you see nothing,
no sign of love behind the tears cried for no one,
a love that should have lasted years.

sábado, 1 de novembro de 2008

O.o'

"Você sabe o que você sabe?"

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

oscilações

se tem uma coisa que eu detesto, não só em mim, como também na sucessão dos dias, são as oscilações. não sei se 'cês reparam, mas os dias também têm humores, e eles variam bastante. não tanto quanto o temperamento dos humanos, isso é verdade, mas há mesmo quebras abruptas.
não gosto dessa sensação de me sentir phoda por uma semana e perder a banca em questão de um dia. não gosto de dias particularmente feios que deixam todo mundo cabisbaixo.

tem pessoas por aí que me conhecem bem. e eu fico até com vergonha de dizer, mas a única coisa que me desenterra dessa fossa em que eu poderia, confortavelmente, me instalar com meu pesinho de tristeza, é pensar que, de alguma forma, sou sim um 'xuxu' de pessoa. o nome disso é auto-estima de resgate.
ela se baseia no fato de não haver coisas que eu seja que me causem ódio ou repudio. nem coisas que eu faça com a consciência de que estou machucando alguém, a não ser, claro, quando digo merdas da boca pra fora pra descontar algo que não consigo desenvolver. (ninguém é de ferro, né?)
ela também apela pr'o que tá relativamente exposto. sou bonita na medida do possível (e do arrumável), razoavelmente inteligente e não me importo de fazer o tipo silencioso. isso nunca me impediu de ter longas conversas. [começo mesmo a pensar que, ao invés da boca, quem tem ouvidos é que vai a Roma.] o que são mais adendos do que qualquer outra coisa, mas, e ninguém pode dizer que não, são detalhes significantes. as pessoas te identificam por essas características e não pelo fato de tu ser acertadamente insegura em relacionamentos, racionalmente desequilibrada, um tantinho mal resolvida e incompreensivelmente ansiosa - ansiosa de fazer tremer as estruturas do ap quando tu se põe a correr de um lado a outro, corroendo por dentro uma vontade de qualquer coisa que, novamente, não sabe desenvolver.

essa semana, meus dias quebraram e eu tô tendo que usar meu estoque de auto-estima resgaste pra não descambar de vez. tô me sentindo frustrada e, ao mesmo tempo, boa demais pr'o que recebo em troca; cheia de desapego e, ao mesmo tempo, amargando uma pequena queda que tô tendo por quem não devo; desinteressada e, ao mesmo tempo, interessadíssima em assuntos que não me dizem respeito, como uma faculdade de enfermagem; preocupada com Mamãe e, ao mesmo tempo, bem... preocupada com Mamãe.
eu não sou de ficar no meio-termo, entende? meu negócio é sempre 8-80. tá tudo oscilando, é impressionante.
a sensação que dá é a d'eu estar andando com um pé enfiado numa jaca e o outro não.

e é mesmo gozado a força que assumem a frustração, a quedinha, o interesse na grama do vizinho e a preocupação em contrapeso com aquilo que fazia de mim uma pessoa phoda até poucos dias atrás.

dance with me, nouvelle vague

sábado, 25 de outubro de 2008

das coisas que eu entendo (ou entulho)

apaguei os dizeres do quadro,
pintei depressa as paredes da sala,
joguei fora o sofá vermelho
fiquei só no quarto calado

julguei mal teus sentidos
tu dizia com os olhos
e eu confirmava em revolto remorso
que tudo continuava ali

há sonhos que pesam
memórias que sondam
histórias que cansam
e que, no entanto, perduram

queria me livrar das caixas
das queixas e peças deixadas
do que eu não vi acontecer
mas me deixei imaginar às minúcias

tenho tudo demasiado sentido
gotejado como chuva de calha
te tenho e trago no peito ferido
fogo morto que vem e espalha

espalha as cartas pelo chão
o ex-amor as músicas e o pó
e dessas coisas eu entendo bem
só não entendo por que vêm
mas nunca [em] vão.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

desabafinho

it's not what it seems, but it is
Timothy, where have you been?
she cried in the kitchen to let you go

é gozado isso. essa semana, as coisas se mostraram definitivamente mais pesadas do que eu tenho feito questão de perceber. minha família de três pessoas tem um jeito incomum de lidar com situações complicadíssimas: a gente admite que tá tudo fudido e vai comer fora pra, como se diz por aí, abraçar o capeta. a refeição, entretanto, é feita em silêncio. ninguém tem ânimo pra falar.
como de costume, eu tento afastar o que incomoda e esquecer a vida real por mais alguns minutinhos. minutinhos que viram dias, semanas, meses. um dia, o astrólogo da minha Mãe disse pra moça que um dos filhos é muito ligado a ela. ela chegou em casa e perguntou-respondendo "será que é você?". eu não respondi, porque, apesar do que dizem todas as línguas, nem eu, nem ninguém imagina a vida do Davi sem alguém que lhe esquente a comida... e ele definitivamente não atura nenhuma outra mulher.
eu cheguei a dar uma choradinha agora há pouco. ando muito alheia ao que acontece aqui em casa - mesmo na faculdade. ando vacilando em questão de atenção, preocupada com meus assuntos idiotas. preciso de um soco na cara.
a minha Mãe tá tão sozinha, kra. eu tento brincar com ela pra ver se consigo erguê-la de algum modo, mas é difícil, sabe? ela tá com 49 anos, tem dois filhos super dependentes, apesar de todos os esforços, um ex-marido de que me envergonho e uma corja de babacas por perto. u.u ela não nasceu pra lutar tanto. se tem alguém lá em cima agora, tá sendo injusto(a)! ela não merece, PORRA! QUE MERDA.
eu me sinto tão pequenininha, pra tentar parecer tão grande. e ela é tão grande, apesar do tamanho de bolso! como consegue, kra?
às vezes, eu fico pensando nos sonhos dela e em como ela queria ter a chance de viajar pela Europa e de ter alguém com quem conversar sobre outro tipo de amor e sobre o que não compreende na gente (eu e Davi)... nha.


OK. QUEM AÍ TEM UM CARA INTERESSANTE, NO AUGE DOS SEUS 50, 50 E POUCOS ANOS PRA APRESENTAR PRA MINHA MAMÃE? ELA CURTE ASTROLOGIA, BARBIES, PROGRAMAS CULTURAIS DE [QUASE] TODA ESPÉCIE E LUGARES, SENÃO CHIQUES, DECENTES. ELA TEM CABELO MEIO.ROXO.MEIO.VERMELHO, É BAIXINHA DE SALTO [BEM] ALTO, TEM BOM GOSTO E SE VESTE MUITO BEM - AINDA QUE DE MANEIRA EXTREMAMENTE PECULIAR. TEM SOL EM VIRGEM, ASCENDENTE EM AQUÁRIO E LUA EM VIRGEM. OS INTERESSADOS - DE PREFERÊNCIA RICOS E GENEROSÍSSIMOS - PODEM MANDAR CURRÍCULO COM QUALIDADES E PRETENSÕES PARA ANDREAWIRKUS@YAHOO.COM.BR. SE VOCÊ É DAQUELES QUE GOSTAM DE ZICAR EM TESTE DE FIDELIDADE OU, AINDA, DAQUELES QUE TORRAM A PACIÊNCIA COM PAPO DE LIBERDADE, NEM SE INCOMODE. NÃO É NECESSÁRIO ENVIAR FOTO - ELA NÃO LIGA.

the three of us, ben harper

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

queixa

"não vou te contar mais nada até você falar tudo.".
"tudo? tudo o quê?".
"tudo que você não me conta!".
"ah vá... eu te conto as coisas, pô.".
"conta merda nenhuma.".
"ah vá...".
"é sério, mel, eu vou parar de te contar as coisas.".
"sei...".
"tá duvidando?".
"não... sei.".
"TÁ DUVIDANDO?".
"não, tô não...".
"ótimo. então me conta.".
"não tenho nada pra contar. quando eu quero contar alguma coisa, eu conto.".
"eu não sei nada sobre você, mel!".
"sabe, sim, pô. sabe quase tudo.".
"vadia.".
" isso. me xinga, alivia as tensões e continua falando lá do (...)".
"é isso. não vou te contar mais nada.".
"a-hã.".
"você tá me irritando!".
"não sei por que.".
"ah, quer saber? vou desligar.".
" O QUÊ? não, meow, tu não vai.".
"duvida?".
"não.".
"ótimo. então diz 'tchau', vou mesmo desligar.".
"mas porra. por quê?! não, meow, vâmo continuar conversando!".
"não, mel. vou desligar. diz 'tchau'.".
"não, kra.".
"vou contar até três pra você dizer 'tchau'.".
1... 2...
"caraleo, a gente 'tava conversando numa boa (...)" 3... "não desliga".
Tu... Tu... Tu...

é, eu acho que deveria ter dito 'tchau'...

sábado, 4 de outubro de 2008

Absurdo.

Eu não acredito que vou ter que perder meu tempo em pleno domingo pra pressionar seis teclinhas. ù.ú
Prefeito: ANULA + CONFIRMA.
Vice-Prefeito: ANULA + CONFIRMA.
Vereador: ANULA + CONFIRMA.

À merda. Voto não deveria ser obrigatório num país com 14 milhões de analfabetos e outros tantos milhões de palhaços que apitam pra Sérgio Mallandro. ¬¬ Babaquice sem tamanho.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Livros...

Entre os que preciso, os que quero e os que estou lendo, temos:
- os malabaristas da vida - um estudo antropológico da boemia (fídias teles);
- o ateneu (raul pompéia);
- a nova mídia (wilson dizard jr.);
- memórias do subsolo / notas do subterrâneo (fiódor dostoiévski);
- o vermelho e o negro (stendhal);
- a duquesa de langeais / a menina dos olhos de ouro (balzac);
- ensaio sobre a cegueira (josé saramago);
- a cabeça bem-feita (edgar morin);
- minha vida (charles chaplin);
- servidão humana (william maugham);
- confissões (santo agostinho);
- a morte de iván ilitch (tolstói);
- trópico de câncer (henry miller);
- vanity fair: a novel without a hero (william thackeray);
- mansfield park (jane austen).

... e coisas de que necessito:
- um dvd;
- um abajur para o meu quarto;
- um segundo banheiro;
- voltar a jogar bola com freqüência;
- um pouquinho de tempo;
- uma torradeira.

domingo, 28 de setembro de 2008

amiguinhos gigantes

Foi questão de minutos: olhei pr'o lado e os meus amigos haviam crescido. As meninas viraram mulheres; os meninos, bem, os meninos continuam no meio-termo (sempre). A gente já não discute as mesmas coisas de antes e, se nos deixamos influenciar por pequenos sonhos, é com a consciência de que estamos brincando... ou bebendo.
Elas já não chegam no meu ouvido fazendo fofoca, lendo suas poesias de amor, ou dizendo dos caras bonitos. Elas chegam com músicas, filmes, ditos que as fazem pensar e decisões difíceis. Elas chegam pedindo conselhos, enfiadas em relacionamentos que não entendem e que lhes fogem ao controle - da cabeça e do corpo. Elas chegam confessando indecências, arrependimentos e aquelas famigeradas vontades que vêm do nada.
Eu fico admirada. Poderia ficar meio assustada com o rumo que tomam certas coisas e a grandeza que assumiram essas minhas meninas, mas não. Observo com carinho e entusiasmo - seria de fato um desperdício pedir para que permanecessem pequenas.
Já eles... Bem, eles andam muito mais versáteis. Topam literalmente tudo: contigo ou sem. Tomam gosto pelo corpo das meninas. Tanto gosto que, pra qualquer homem, o hábito de abraçar se torna muito válido: abraçando, você sente as formas. Cintura é um diabo. (E isso é universal: vale tanto para os comprometidos quanto - e principalmente - para os mal intencionados.)
Eles andam cheios das mil e uma intenções. E ainda assim você pode bater neles, porque, não é mistério, eles gostam da atenção que os tapas carregam. Eles escrevem poemas maduros, que jogam no lixo quando descem a ladeira correndo pra falar que continuam pensando em ti, apesar dos 18 meses de distância. Eles desenvolvem as piadinhas, ficam mais sérios e aparentemente distantes, mas é tudo mentira. Eles contam suas aventuras - raramente citam as românticas - e elogiam uns aos outros por causa dessa e daquela "mina que ele catou, putz, muita raiva, além de linda, era inteligente!".
E há essas vezes em que é possível desarmá-los e vê-los virando meninos de novo. Algo que eles fazem com maior freqüência e mais abertamente do que as mulheres, cuja meninice só torna a ser quando elas encontram o colo adeqüado.

sábado, 27 de setembro de 2008

Conclusões semanais

Meu irmão é cego. Meus textos/poemas corridos andam muito impublicáveis. Preciso comprar as passagens pra Franca. Perdi meu ciúme por gente. Ou será que o substituí? Não parei para olhar a janela essa semana. Há pessoas que vencem seus traumas muito rápido. Ou fingem muito bem. Mamãe ri de mim quando eu digo que vou a um sarau. Creio que ela se pergunta o que deu errado ao longo do caminho. Ela definitivamente pensa que eu uso drogas. Se eu tivesse grana, certeza que iria ao show da Madonna. O pessoal do serviço me faz rir. Quero MUITO uma moto. Bidê ou Balde é phoda. Preciso levar Vovó ao cinema.

MICROONDAS [Bidê ou Balde]

tem coisas lá em casa que eu nem ligo mais,
pra não ter que desligar.
pessoas da minha vida parecem sumir,
mas insistem em voltar.
amores requentados, feito pão dormido,
vêm do microondas.
e o bom e velho gosto de romance antigo
é sempre bom de recordar.

flores que você traz pra me dar...
eu não preciso disso pra lembrar.
lembro cada beijo que eu te dei!
eu lembro cada beijo que eu te dei!
só pra lembrar, só pra lembrar, só pra lembrar - mais um!

eu nunca esperei me encontrar
com você nesse lugar
o que você tem feito?
como vão seus pais?
vamos sair para jantar.
o que eu tô dizendo?
eu não acredito!
olha o microondas!
desse jeito, requentando,
eu sei que não existe nada pra descongelar.

parabéns a você nesta data, querida
sinto muito, mas estou de partida.
me disseram que é bom mudar
mas eu não sei por onde começar
por uma noite apenas serei seu, é foda!
guaraná é bem melhor que soda
não ligue para o que vão dizer
o jet set que vá se fuder!
nas festas da playboy não tem só mulher gostosa,
tem champanhe também.
e o que você está fazendo em casa?
ponha uma roupa e o pau pra fora
todo mundo sempre está
onde todo mundo vai
todo mundo dá palpite
todo mundo dá convite

domingo, 21 de setembro de 2008

Intrusa

Ontem à noite, saímos eu, Davi e Mamãe para ir ao cinema assistir àquele lixo O Procurado. No meio do caminho, paramos para comer e eis que se inicia toda a discussão.
-- Eu conheço um casal de namorados que faz competição de arroto. Um dia, também, eles estavam no elevador do prédio dele e daí ela disse que ele soltou AQUELE gás e uma moça acabou adentrando o recinto. Coisa que era rara, porque ele mora num apartamento como o nosso, onde tu raramente topa com os vizinhos. Sei lá... Acho legal quando você consegue ficar assim tão à vontade com a pessoa. Tipo (...) [eu]
-- Argh. [Mãe]
-- Que nojo. Isso eu acho feio. [Davi]
-- Ué. Por que é feio?
-- Porque é uma intimidade que você torna cotidiana. [Davi]
-- É a mesma coisa que fazer cocô de porta aberta. [Mãe]
-- O.o' Eu faço xixi de porta aberta quando só estamos nós em casa.
-- E isso não quer dizer que eu goste. [Davi]
-- Xixi tudo bem, cocô não. [Mãe]
-- É, nisso eu concordo. [eu]
-- Hoje em dia tá em moda liberar geral e que se foda. Daqui a pouco vai ter maconheiro em tudo que é canto. [Davi]
-- Melhor. [eu]
-- MELHOR? [Mamãe e Davi em uníssono]
-- Eu acho.
-- Ah, tu diz isso porque nunca namorou e nunca adquiriu intimidade com alguém, de tu ficar na casa da pessoa, d'ela ficar na sua.
-- É, eu nunca tive isso, admito. [digo, enquanto Mamãe e eu trocamos olhares sugestivos]
-- E daí qual vai ser a graça do mundo? Em todo canto, você vai ter uma mina pelada. Você vai acabar com a graça de tudo. Daqui a cem anos, o mundo vai acabar. [Davi]
-- Vai mesmo acabar, eu não nego, mas acho que não vai ser pelo fato de tu encontrar minas peladas, ou um maconheiro em tudo que é canto.
-- Nós estamos virando animais. Prazer imediato é a solução pra tudo. [Davi - Mamãe aplaude]
-- As relações andam muito superficiais. Outro dia, eu fui jantar na casa da gerente do banco e ela mostrou uma foto de uma festa de debutante da filha de não sei quem. A filha fazia 15 anos e parecia ter 20. E a mãe parecia, literalmente, se não era de fato, uma mulher de programa. As gerações se copiam e acabam virando versões pioradas. [Mamãe]
-- Não acho que seja assim.
-- Tudo anda muito fácil. As meninas da minha idade não prestam, são todas iguais.
-- Calma lá, também não é assim. [Mamãe e eu, em uníssono]
-- Se for pra analisar dessa forma, os meninos da minha idade também não prestam.
-- Na minha idade, os homens não prestam. Todos eles querem sexo de cara quando a gente sai. Não dá pra desenvolver nenhum tipo de vínculo se a gente não começa pelo sexo. [Mamãe]
-- Mas, até aí, todo homem é assim depois de uma certa idade. [eu]
-- Por isso, por causa dessas relações de prazer imediato, você tem homens e mulheres frustradas. Eles podem não mostrar frustração aos 20 anos de idade. Agora, pega esses mesmos com 30, 40 anos. [Mamãe]
-- Ow. Eu só mencionei a competição do arroto simplesmente porque acho legal esse nível de conforto do relacionamento. Não é que precise virar um hábito. Não é um hábito. É uma brincadeira, pô. [eu]
-- Nojenta. [Davi e Mamãe]
-- Ah, vá. (Com raivinha do puritanismo do Davi.)
-- Hoje em dia, você não tem opção. Essa idéia de ser diferente, ir contra tudo e todos só serve pra deixar o mundo mais superficial. [Davi]
-- Muito pelo contrário. Eu acho que, hoje em dia, a gente tem é MUITA opção. Tá todo mundo muito acessível e (...)
-- Exato! Você tem muuuuuita opção e nenhuma delas presta, porque há uma necessidade de trepar com todo mundo e conhecer tudo e todo mundo. [Mamãe]
-- Então meow. E qual é o problema de tanto acesso? Não vejo problema algum em você poder trepar com esse, com aquela, com três, com quatro. As coisas estão SIM mais superficiais, mas isso não quer dizer que a opção de ser ou não superficial tenha sumido. [eu]
-- Você se coloca num grupo de amigos e o que acontece? Você é automaticamente influenciado por eles! [Davi]
-- É uma questão cultural isso! [Mamãe]
-- Gente, calma lá. Vocês subestimam demais o poder crítico e as reações que ocorrem a todos esses movimentos. Pega a gente mesmo, por exemplo. Tu, Davi, que acha todas as minas iguais e que não quer relacionamentos superficias. Ou tu, Mãe, que é a mulher de 40 e poucos anos de saco cheio de homem que só quer trepar. Vocês reagem e não estão nessa sozinhos! Todo mundo tá sabendo que o mundo anda muito rarefeito. Mesmo eu que, apesar de defender essa liberalização geral, também gosto de relacionamentos de maior valor, e sou menina de uma pessoa só. Hoje você tem mais opções e tem também a opção de dizer não a todas elas. [eu]
-- Mas e como é que eu faço? Não consigo criar nenhum tipo de vínculo com homem. E se for pra dizer não de cara, eles somem, não persistem.
-- Tu precisa aprender a criar ambiente, Mãe. No teu trabalho não dá, porque são raros os homens lá. E, se quer conhecer alguém pela internet, tá de fato fodida, porque Internet é codinome pra companheiro de cama. Quer saber o que é legal? Continue a fazer os cursos que tu anda fazendo. Faça um monte, procure cursos interessantes, com temas que te interessem. Estamos em São Paulo. Curso bom, grátis e cheio de gente interessante é o que não falta. Na faculdade, Davi, certamente tem mina interessante. Assim como, na minha faculdade, tem, entre todo aquele bando de homem que só quer trepar, um outro bando - talvez menor, não nego - de homem que quer coisa séria. Você tem que ter opções, pra poder fazer escolhas. Hoje em dia, tu tem todas as opções do mundo... E não sei como vocês conseguem reclamar disso.
-- Ah meow, a verdade é que eu nasci na época errada.
-- É, eu também. Apesar do meu terapeuta dizer que, se você nasceu numa época, é porque esse é o tempo certo pra você.
-- Bom, eu sinto que nasci na época certa. Apesar de todos os pesares.

o.o' A aquariana enfiada no meio dos dois virginianos. Onde foi que eu amarrei o meu bodinho, meldels? XD

perdido en un barco, maná

sábado, 20 de setembro de 2008

Subject

Sempre que eu abro a porra do blogger me vem aquele dilema da página em branco: o que é que eu vou, ou estou querendo dizer? Às vezes eu acho irônico que uma pessoa extremamente visual como eu goste tanto de brincar com palavrinhas. Isso me faz pensar em como seria se eu tivesse uma câmera de vídeo... Será que as minhas filmagens seriam tão silenciosas quanto eu as imagino na minha cabeça? Minha cabeça é estranha: ela não pára, mas é o lugar mais silencioso do mundo. Tanto que, quando eu sonho, as pessoas não conversam. Há sons externos, música, mas é algo que, automaticamente, eu insiro no cenário... As pessoas em si não falam; se comunicam através de gestos. E, quando eu faço que uma delas vai falar, ou é porque a gente (sim, eu inclusa) tá brigando, ou então as bocas se mexem sem produzir som.
Papos irrelevantes.
Mas, então, o que dizer? Dizem que um dos maiores problemas que os cronistas atualmente enfrentam é a falta de assunto. E eu fico pensando que você tem que ser um cara muito limitado pra gastar todos os assuntos do mundo. E eu fico pensando que você tem que ser um cara muito limitado e bobo pra gastar todos os assuntos do mundo, falando, inclusive, sobre coisas de que não gosta. Caraca meow, até a falta de assunto é um assunto.
O Fernando Veríssimo, por exemplo, é o rei dos assuntos. Quando tem sobre o que falar, ele fala; quando não tem, ele inventa. A Lya Luft, por outro lado, já não tem paciência pra ver o circo pegando fogo, então ela fica com aquelas crônicas de mulher de quarta idade, cheia de recordações. Umas são realmente bonitas; outras, tu pula, porque é sempre a mesma coisa.
Eu não falo sobre política, transgênicos e o cacete a quatro. Falo de coisas aleatórias que observo por aí e, claro, de mim. Não sou tão criativa quanto um Veríssimo da vida e suas crônicas de escola, de comida etc, mas também não me assemelho a nenhuma Lya Luft da vida - a começar pelo fato d'eu ser bem novinha. Ao mesmo tempo, fico pensando em como os meus filmes ficariam. Não sou dada a imaginar cenas engraçadas, tampouco chocantes. Os mudos de Charlie Chaplin e Hitchcock não teriam de se preocupar com plágio. Já clipes de música... Ui. Meu ponto fraco. E clipes de música vêm com a vantagem de sempre ter assunto. Ainda que as bocas se mexam sem produzir som. :0D
(...)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

sábado, 13 de setembro de 2008

Blá

Ontem, no meio de uma conversa, vi alguém demonstrar sentir raiva daquilo que fora um dia. Havia gestos de quem visualiza coisas e tenta apagá-las da cabeça. Eu tentava entender a que se devia todo aquele asco, mas tudo que consegui captar foi um "ainda bem que cresci". Mistérios.
Depois disso, fiquei pensando nas coisas que já fui e se alguma delas me enraivece por algum motivo. E a verdade sórdida e ultra confiante nisso tudo é que não consigo encontrar nada. Encontro mil falhas, encontro três grandes arrependimentos, muitas mentiras, algumas culpas doídas, um excesso de medo contraposto a um outro, o de queixas irresponsáveis. Ah, também há muita ingenuidade incorruptível em certas cenas. Mas nada além, nada que eu não tenha considerado natural, consciente ou inconscientemente certo ou errado.
Penso "que bom". Ou então "que banana".
=0P

Davi e Braga - Pancadão ou Sertanejo

Braga & Davi - Pancadão Ou Sertanejo


XDDDD É meu irmão cantando com o amigo dele! E o pior é que o malandro canta bem!
[Ele faz a voz de fundo. Na versão original, ele seria o Latino.]

Ouçam.

Cásper Dorme

http://casperdorme.blogspot.com

Acessem.

domingo, 31 de agosto de 2008

das coisas que eu [não] entendo

Às vezes, gostaria de saber mais, de ser mais atirada, mais convincente ao defender coisas das quais me creio convencida. Às vezes, gostaria de ser mais forte, mais segura e um tanto mais dona de mim quando irresistivelmente provocada. Às vezes, gostaria de ter menos medo e repulsa de gente, menos raiva de certas pessoas e ocasiões. Às vezes, gostaria de ser menos deliberadamente agressiva, e, outras tantas, de ser menos estupidamente complacente.

Às vezes, gostaria de encontrar uma razão para as coisas que acontecem, de não fugir nem duvidar do destino, de encontrar deus sentado em algum muro por aí.

tales from the vienna woods (ft. johann strauss orchestra), andré rieu

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Resposta

A Mel chegou em casa à noite, largou a mochila no sofá azul e ligou o pc para ouvir música. Colocou o media no modo aleatório, checou os e-mails, foi para a cozinha preparar um Nescau quentinho.
Ela havia passado a tarde toda pensando em como responder a um sms meio indiscreto. Foi então que, aleatoriamente, o media dela parou numa certa música...
A resposta:
come together
right now
over me

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O mundo dá voltas.

=0DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD
A moça de ontem acaba de me ligar dizendo que brigou pra caraleo e conseguiu abrir mais uma vaga pra me enfiar lá dentro! /o/
Começo na segunda.
[Estou pensando seriamente em levar um sonho de valsa para a moça do telefone.]

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Agradando e se fodendo.

Eu não vou conseguir o estágio, porque, segundo a moça do telefone, a minha redação ficou muito boa e, atualmente, eles não dispõem de vagas para o núcleo de redação. "Ei, Manhê, saca só! Eles me adoraram, mas, infelizmente, eu tenho um bom português...".
Desculpas. Eu devo é ter falado alguma merda grande na entrevista. Ou devo ter parecido alguma hiperativa, com dificuldades para administrar o nível de eletricidade.
Tô oficialmente amargando uma pequena fossa.
U_____Ú NHAAAAAAA!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Entrevistas...

Hoje, atendi a minha nãoseiqualésima entrevista do ano. Produtiva. É pr'um estágio numa empresa que faz eu não entendi direito o que, de segunda à sexta, das 13h às 18h, na Vila Madalena. Isso quer dizer que, às sextas, eu saio do trabalho e entro no bar. Ou na Livraria da Vila.
Bem. O negócio é bem básico: 400 mangos + vale-transporte. Não é nenhuma Brastemp, eu sei, maaas, se eu conseguir bolsa na Cásper, com os 400 pago mais da metade da facu. E, segundo meus cálculos, ainda me sobrariam cinquentinha do vale-transporte pra gastar ao longo do mês (é porque eu finalmente fiz o meu ultra super duper hiper bilhete único / estudante, portanto, só pago meia passagem).
Já tô até vendo como serão gastos os meus cinqüenta mangos mensais:
1) NO FOOD (a não ser em casos extremamente especiais).
2) 11 mangos para os créditos do celular.
3) 50 - 11 = 39.
4) 39 para cinemas, shows, passagens de ônibus e metrô (versão passeio), teatro... Glup.
5) - 39 + compensações que Vovó me dá de vez em quando.
6) - 29.
Ok. Melhor parar de fazer conta. xD Vou entrar em cheque especial antes de encher o bolso.
Kra, não interessa. Eu tô contente com isso. :0D

*rezando*

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Top 5 bandas mais ouvidas ultimamente.

Bandas MESMO. Nada de cantor(a)/compositor(a).

1.
Mando Diao. Tocam o rock típico. Pra mim, rock típico é aquela coisa com distorções guitarrísticas e uma bateria intermediária: nada muito pesado, nada muito pop. Na medida certa pra me deixar contente e empolgada. Pra baixar e ter uma idéia: god knows, never seen the light of day, mr. moon.
2. Ocean Color Scene. Rock britânico, meow. Ao mesmo tempo uma mistura de Oasis, Elton John e Stereophonics, sem ter pôrra nenhuma a ver. [Captou?] Muito bom. Pra baixar e ter uma idéia: july, 40 past midnight, i wanna stay alive with you, lining your pockets.
3. Athlete. O que eu chamo de um rock (pop?) alternativo. Misturinha batuta de disco, solos de guitarra e uma bateria lenta. É a típica música que não espanta ninguém. Nada de solos compridos, bateria pesada e muito corrida. Mó viaaaaagem, meow. Pra baixar e ter uma idéia: half light, on and on, best not to think about it, street map.
4. Bad Religion. Pra não perder o hábito. Foi uma das primeiras bandas que eu baixei quado decidi me interar do universo Punk Rock. E a verdade é que continua bom. =0D Pra baixar e ter uma idéia: 1000 memories, i want to conquer the world, god's love, american jesus.
5. Mutantes. Kra, eu só consigo dizer o seguinte: me arrependo de não ter me interessado por eles mais cedo. Que que eu 'tava esperando, meow?! xD Aquela coisa maluquete, com letras engraçadas e outras tantas simplesmente geniais! Rita Lee \o/ é phodona, meow. Pra baixar e ter uma idéia: ando meio desligado, vodka, chiquita bacana, o suicida.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Mr. Johnny Cash.

http://br.youtube.com/watch?v=SmVAWKfJ4Go

Hurt, by Nine Inch Nails, in the voice of Johnny Cash.
Tô viciada nesse clipe.

Um pouquinho de futebol... pra não perder o costume.

Hoje nós matamos a última aula para assistir à partida entre Brasil e Estados Unidos. Futebol feminino. Fomos eu mais um grupo de garotas para um botecão de esquina. Não pergunte. Entre cerveja, coca cola, bolachas e gritos, eu e Ciça comentávamos o jogo com ar de profissionais:
"DEIXA ESSA BOLA NO CHÃO, PÔRRA!".
"ESSE TIME NÃO SOBE, CARAMBA!".
"CARA, OLHA LÁ: NO ATAQUE SÓ TEM DUAS! ELAS NÃO TÊM COM QUEM JOGAR!".
"TEM UMAS 500 JOGADORAS ATRÁS, MAS NENHUMA DELAS É ZAGUEIRA!".
"Ô GOLEIRA DO CAPETA!".
ETC.
Os caras do bar olhavam de esguelha, comentavam entre si, xingavam alto e bebiam. O tio das breja queria ver o circo pegando fogo e torcia pelas norte-americanas. Bobinho.
Ao final do segundo tempo, ainda no 0 x 0 (!), fui pra Vó bater o meu rango, na esperança de chegar em tempo de assistir à prorrogação. Meow, dificilmente um jogo me empolga tanto quanto o de hoje foi capaz de empolgar.
Apesar d'eu achar que o nosso posicionamento dentro de campo deixou muito a desejar, com a Marta e a Cristiane tendo de, literalmente, fazer milagre no ataque, e que os nossos passes estavam muito nervosos, é impossível olhar pr'aquelas meninas sem falar do talento e da garra delas. Meow, era cada drible que saía! *_*

Tem algum bom tempo o futebol deixou de me impressionar. Aquela merda que se assiste na tv às quartas e domingos, senão pelos times que disputam vaga na primeira divisão, é um desfile de gente excessivamente treinada com acesso de estrelismo e vontade de fazer bonito pra disputar salário em time europeu. É tudo um bando de macaco obediente que não inventa nada, não tenta nada. Absolutamente cansativo. Isso sem falar na rotação endêmica de treinadores. Atualmente, a única coisa que envolve futebol e vale realmente a pena é futebol de rua ou Rock Gol. E, agora que eu pude constatar, o nosso time feminino.
Quando eu assisti a um jogo da nossa seleção feminina pela primeira vez, não gostei tanto. Achei que o nível daquele futebol não se comparava nem ao de um time masculino de segunda divisão. Penso que, de lá pra cá, melhoramos muito em questão de técnica e tática. Tipo, é outra história, saca? Além de terem melhorado o nível das jogadas, elas estão bem mais organizadas em campo. Parece que todo o incentivo que o futebol feminino brasileiro não obteve nos últimos 300 anos acabou depositado nesse time que foi disputar as Olimpíadas de Pequim. [Ó, não... O que será delas agora? O.O'']
Mas, ok, elas não venceram. Tomaram o gol do azar na prorrogação, apesar de atentarem um zilhão de vezes contra o gol das norte-americanas, que só não levaram (apesar d'o nosso posicionamento ter atrapalhado pra caramba - sim, eu tô inconformada com isso) por causa da goleira e porque deus, em certos momentos, realmente não quis que a bola entrasse. Em compensação, ele também não deixou as norte-americanas tirarem vantagem de algumas gafes nossas na defesa. O.O UFA.
O que dá pra dizer, né? As norte-americanas estavam preparadas para um time que vem pra cima. A defesa e a marcação delas não sossegaram. Foi uma vitória mais tática do que qualquer outra coisa. Elas jogaram bem: souberam aproveitar as [poucas] oportunidades que tiveram, ainda que com certo receio do nosso tipo de jogo - em nenhum momento, nenhuma delas tentou (conseguiu?) escapar de três ou mais jogadoras nossas. Nós demos, sem dúvida, um show de habilidade... Por outro lado, nossa zaga estava furada. E nossas atacantes, sozinhas.
Diria mais também... Diria que foi uma disputa equilibrada. Com direito a muitos comentários e uma torcida atenta. Nunca vi tanto homem empolgado com jogo de mulher na minha vida. Também comi muitas bolachinhas de aveia. E... Bem. Foi um jogaço. Parabéns pela prata, meninas. Foi PHODA! *o*
Sem mais.

let it be, beatles

domingo, 17 de agosto de 2008

Comunguei há três anos.

Tipos de governo

Socialismo
Você tem duas vacas. O governo toma uma e dá para seu vizinho, que não tinha nenhuma.

Comunismo
Você tem duas vacas. O governo toma as duas e dá a você um pouco do leite diariamente.

Fascismo
Você tem duas vacas. O governo toma as duas e vende a você o leite.

Nazismo
Você tem duas vacas. O governo mata você e toma as duas vacas.

Burocracia de estado
Você tem duas vacas. O governo tomas as duas, mata uma e joga o leite da outra fora.

Democracia
Você tem duas vacas. Vende as duas para o governo, muda pra cidade e consegue um emprego público.

Anarquismo
Você tem duas vacas, mata as duas e faz um churrasco.

Capitalismo Selvagem
Você tem duas vacas. Vende uma, compra um touro e o governo toma os bezerros como imposto de renda na fonte.

Neoliberalismo
Você tem duas vacas. O governo se apropria das duas, se endivida e as vende baratinho para os gringos, devolvendo a dívida a você. E você ainda paga um absurdo pelo leite que era seu.

Governo do petista
Suas vacas sumiram. Ninguém sabe, ninguém viu.

Não sei quem escreveu... Também não sei se todos funcionam como descrito, mas, sei lá, achei interessante.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

um dia comum de aula

Na sala, o professor fala sobre qualquer coisa. O pessoal da frente presta atenção; o do fundo tenta - só tenta. Não acidentalmente, eu me encontro no fundo. Geralmente na última carteira, onde posso ler meus livros em paz, ou conversar com o Cocô sem atrapalhar o interesse alheio. O problema é que Cocô ri alto pracarai. E, como se já não fosse o suficiente, faz ÓINC-ÓINC quando ri.
Hoje, eu estava contando piadas.
-- Sabe qual o melô do judeu?
-- Não. Qual é?
-- ♪ Amanhã de manhã, vou pedir um café pra nós dois. ♪
-- Hehehehe.
-- E o da mulher de 40 anos?
-- Diz.
-- ♪ Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. ♪
-- HEHEHEHEHE.
-- Qual o melô do leproso?
-- ...
-- ♪ Jogue as suas mãos para o céu. ♪
-- HEHEEEHE - ÓINC - HIHIHIHIHEHE - ÓINC
-- E o melô das gêmeas siamesas, sabe qual é?
-- HEHEHE ÓÓÓÓÓINC - HEHEHE ÓÓINC
-- ♪ Se ela dança, eu danço, se ela dança, eu danço. ♪
-- ÓÓÓÓÓIINC!!!
-- E, por fim, qual o melô do sexo anal?
-- ÓÓÓÓÓIIIIIINCC!!! HEEE HEEEE HEEE ÓÓÓÓINC!
-- ♪ Quero ver você não chorar, não olhar pra trás, nem se arrepender do que faz. Quero ver o amor crescer, mas se a dor nascer, você resistir e sorrir... ♪
-- [insira onomatopéia absurda.]

A sala toda olha pra trás, eu fico vermelha e digo:
-- Perdoem. Esqueci de trazer a coleira dela hoje.

sábado, 9 de agosto de 2008

Adooooooooro. ^^'

que viagem
assim que você chega
a abóbora vira carruagem


Alice Ruiz

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Coisa que saiu da minha boca hoje.

-- "Acho que deus é uma opção... Em todos os sentidos."

Daí eu 'tava louca que alguém respondesse:
-- Vâmo vê se tu diz isso quando chegar no Inferno!!

From Hell \,,/_

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Solange, a gaga de Ilhéus

Message in a bottle.

Quando pequena, eu tinha a mania (ou o dom? ou a ignorância?) de imaginar as coisas certas. Até então, não passava pela minha cabeça a idéia de que alguém podia roubar ou matar tendo lá a sua grande porcentagem de razão. Aí eu assisti a Alladin e comecei a pensar que não fazia assim tão mal roubar comida quando se é faminto.
Quando menos pequena, eu adquiri o costume de assistir ao Jornal Nacional seguido de novela. Pra quê, né? ¬¬ O primeiro fazia o favor de mostrar que as coisas, a princípio certas, como governo, reflorestamento, Greenpeace, aeroportos e ONU, cometiam (inúmeros) erros, e o segundo ainda tentava - inutilmente - me segurar na crença de que, no final, tudo ficaria bem. Agora eu simplesmente perco meu tempo pensando "que final?".
As redações da professora de redação do colegial, ou as do ENEM, da FUVEST, da Cásper pedem que o aluno disserte sobre determinado assunto, geralmente relacionado a alguma pendência infeliz de sempre (isso quando eles não te fazem enrolar em cima daquela baboseira de a Internet ser um palco pra informação duvidosa), e proponha soluções. O negócio é que é muito difícil alguém aparecer com soluções originais válidas em questão de 50 minutos ou menos. Além do que, nós convivemos "muito bem" com a ampla gama de soluções já propostas e, no que diz respeito à eficácia, ao seu igualmente amplo arsenal de falhas, comumente administrativas. Eles só querem mesmo é que você se mostre um ser capacitado. Bah.
Quando mais menos pequena, então, eu perdi o costume de assistir ao Jornal Nacional e à novela. Não tinha o que fazer e brincava de escritório. Meu escritório tinha um nome modesto: "A.W.: Idéias Geniais". Foi então que o governador do estado de São Paulo ligou para a minha secretária, Cláudia. Cláudia era uma barbie com cabelo recortado e batom na cara que, um dia, pertencera à Mamãe. Pois bem, ele ligou pra ela e pediu pra falar comigo:
-- Alô seu governador.
-- Ôpa. Tudo bem?
-- Belêeza, seu governador. Diga.
-- Seguinte: quero encomendar um projeto, mas não faço a mínima idéia do que seria. Sei que meu mandato tem um objetivo principal: gerar empregos.
-- Tá ordenado. Te mando o troço pronto daqui uma semana.
-- *blá, blá, blá* [Elogios. Eu tenho o ascendente em Leão, portanto essa parte é altamente compreensível...]
Não precisei de uma semana. Em 4 horas, desenhei o que seria o estado de São Paulo, escrevi um texto falando resumidamente de como poderíamos gerar empregos levando energia elétrica aos cafundós. Usaríamos cabos ópticos e tudo passaria por baixo da terra, pelo menos nas cidades, pra evitar poda de árvores e acidentes com pipas. Para isso, precisaríamos de operários (os tais empregos). E eu acabei inventando os colégios técnicos (que já existiam, mas eu não sabia, então é como se tivesse inventado xD). Anyway, ficou lindo. Eu também fazia ganchos com a ocupação urbana e outras coisas, só que não lembro bem. Fiz há muito tempo e perdi o desenho.
Fato é que, por algum motivo, as coisas nunca são tão simples assim. E até as boas idéias, como os colégios técnicos, depois de um tempo, deflagram algum tipo de problema. Atualmente, o técnico é um cobre-faculdade; tu não fez engenharia, mas fez o curso de eletroeletrônica do teu colégio, o que não te dá o cargo de um engenheiro graduado, mas te possibilita o conhecimento necessário para desempenhar determinadas funções de engenheiro. Tu fica naquele não-chove-não-molha, saca? Naquele não-chove-não-molha típico de país de Terceiro Mundo, onde um desenvolvimento razoavelmente acelerado se choca com um sistema educacional de merda (vulgo Brasil, basicamente).
Agora, já mais crescida, eu saio por aí à procura de idéias, mensagens que, de algum modo, virem propostas certas, pra ver se recupero aquele discernimento bonito e eficaz da infância. Paro pra ouvir os caras no centro que fazem discursos empolgados e atiram bíblias no chão. Olho ao redor pra ver como as pessoas reagem e elas denotam interesse pela interpretação, mais do que pelo discurso.
Eu discuto com o pessoal na faculdade e é estranho. xD Não sei se isso acontece apenas com os jornalistas, mas é possível reparar numa tácita e concordante vontade de mudar o mundo. Todos eles querem fazer suas denúncias. Uma quer fotografar, a outra quer ser correspondente de guerra, o outro, que se interessa por política, faz seus comentários afiados, uma forma de protesto. Arnaldo Jabor, Marcelo Rubens Paiva explicam. Entretanto, também não dá pra deixar de notar os argumentos cansados. Então o que a gente vai fazer pr'o resto da vida é denúncia?!. É uma parte importante, mas não é tudo... A gente deveria fazer com a Amazônia a mesma coisa que fizeram com a Isabella: falar só dela, pra ver se adianta. Às vezes, eu olho pra eles e tenho medo de vê-los desapontados com os próprios motins...
Daí vou a shows de rock. Não costumo ser muito seletiva. Ultimamente, tenho ido a muito show de HC, por causa de uma amiga doida e vegan (aquele tipo vegeta que não come absolutamente NADA que provenha de animal). E então os caras falam dos animais ao microfone, enquanto aquele bando de gente se soca libera a agressividade acumulada na roda que se forma em frente ao palco. Eles têm todo um estilo de vida, algo pra se respeitar. O gozado é que metade das pessoas vai lá pela música. Não é pra saber das ONG's interessadas, nem pra comer quibe de soja. Daí eu lembro do furo que foi aquele Live 8 da vida, um festival de música organizado em torno de uma cúpula do G8, que se reuniu pra discutir quantos bilhões de dólares seriam repassados ao continente africano anualmente. Deu que a cúpula não resolveu porra nenhuma e o Live 8 foi nada mais, nada menos que uma oportunidade perdida de ver Oasis, Coldplay e Shakira playando ao vivo e de graça. Ponga.
Fico me perguntando onde foi parar o valor da mensagem... Eu ainda sou meio Cazuza, caçando uma ideologia. Mas daí eu olho ao redor e vejo que tá todo mundo assim: senão cético de vez, quase. Senão quase, entupido dos quiprocós.
Enfim, a sensação que dá é a de que eu levei muito pouco tempo pra ser invadida pela certeza de que tem sempre alguma coisa errada - e sem conserto - em tudo. Deveriam ter me deixado mais tempo com o Tintin e os meus filmes de Sessão da Tarde, onde todo mundo tinha vez e os babacas (sempre completos babacas) eram identificados e punidos, sem dúvida ou indulgência. E onde havia gente que lutava para que fosse assim.

heart in a cage, the strokes

quinta-feira, 17 de julho de 2008

segunda-feira, 14 de julho de 2008

slide

Todo dia eu lido com uma porcentagem de medo, uma porcentagem de sonhos e uma (grande) de realidade. O medo é ignorado até o momento em que eles aparecem displicentes; displicentemente bonitos, atirados e sinceros. Os sonhos são... sonhos. E desejos incautos, que esperam a hora. A realidade é simplesmente a causa do resto.
Às vezes, eu fico pensando que essa equação não pode dar certo: tenho uma cota de causa bem maior que a de conseqüências. Isso significa que... eu vou passar a vida causando. [?] Promissor.
Tenho uma teoria que diz que é possível medir a cota de causa (realidade) pelo que você não faz - ou faz sem respaldo positivo - com o objetivo de equipará-la à cota de conseqüências. Hm...
Há um leve desequilíbrio aqui.
A não ser pelos meus acessos sentimentais, raramente estou onde estou, onde desejo estar. Não sossego. Tenho um excesso de energia para uma puta falta de vazão. Acabo me preocupando com o que não acontece. É um ciclo vicioso e cansativo. Eu fico literalmente causando sem solução, sem medir conseqüências.
Faço as vezes daquele personagem secundário na minha própria vida, que observa e parece ser uma peça importante, mas não é senão um curinga.
É mesmo a realidade que afugenta ou seria eu um tipo nato de fuga?

sexta-feira, 27 de junho de 2008

domingo, 22 de junho de 2008

o.o'

Férias... Preciso de férias. Férias, já!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

a prática do rpg

Prazer, meu nome é Abgail Amdala. Tenho orelhas pontudas, cabelo roxo, sou baixinha. Nasci numa pequena ilha e fui criada num orfanato por um sábio velhinho cego e uma velhinha simpática.
À tarde, é possível observar o pôr-do-sol através da janela do quarto que divido com mais duas meninas: uma delas é pequena, a outra é chata.
Minhas habilidades não diferem muito das de uma dona de casa: faço a limpeza, cozinho, lanço pedras. Também leio e escrevo bem.
Minhas qualidades: sou perspicaz, criativa e terrivelmente carismática. Também sei mentir quando necessário.
Minhas armas: até o momento, pedras, corda e uma colher de pau.
Pretendo me tornar uma sacerdotiza poderosa e manipuladora.
Atualmente, estou travestida de menino para me misturar à tripulação de um navio que nos levará ao continente - a mim e mais dois seres de nomes igualmente esquisitos. Lá, teremos que descobrir coisinhas. Coisinhas que me farão acumular habilidades, qualidades e armas que, eventualmente, me farão virar a tal sacerdotiza poderosa e manipuladora.

sábado, 7 de junho de 2008

Paralelo

... Falando em estadunidenses.
Outro dia eu 'tava pensando que os Estados Unidos não sabem vender uma boa imagem deles, da mesma forma que os brasileiros exportam favela em se tratando de cinema:
1) eles têm um presidente de merda que, ao invés de agir como o resto dos presidentes do mundo e ser um merda dentro dos limites nacionais, vai lá e esmerdeia o resto do planeta junto;
2) alguns deles dão mostras gratuitas e youtúbicas de imbecilidade, como muitos brasileiros fazem - só que sem a grana pra divulgar;
3) eles, magnatas da globalização, disseminam os fast food, as comédias escrotas, as músicas pré-fabricadas, o supersize me style [que inclui carrões, cartões, peitões, pintões (...)], a Paris Hilton. Cultura das futilidades à qual um terço do mundo aderiu (os outros dois terços dividem-se em islâmicos e esfomeados, portanto não conta);
4) eles têm orgulho do próprio país, apesar de tudo. A gente encara isso como arrogância, excesso, mas tá aqui, não desistindo nunca, porque não tem muita alternativa.
Enfim. Acho que seria o caso d'eles simplesmente repensarem o setor de marketing...

ainda tô ouvindo Damien.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Se eu fosse um pouquinho menos idealista,

... eu diria em alto e bom tom que o Damien Rice me deixa feliz. O problema é que fe.li.ci.da.de, pr'algumas pessoas, é quase um estigma, não importando que se trate de uma simples palavra, e até meio feia... A semiótica explica.
Mas essa não é bem a conversa de hoje. Quer dizer, ela envolve Damien e tudo, mas não discute nada. Por isso, acho que seria o caso de estabelecer um outro título pr'o post.

Damien é satisfação garantida.

Aderi ao Message Board - o romântico pra Fórum - do site oficial do Damien e descobri que o coisa fofucha próprio é um dos moderadores e posta lá de vez em quando! Não perdi tempo e fui lá criar um tópico: "what about Brazil?", pedindo encarecidamente para que o cara dê o ar da graça em território paulistano nacional.
Até o momento, pareço ser a única brasileira soltando o verbo. Tem muito estadunidense, um sueco, alguns irlandeses e aqueles from Hell. Os estadunidenses e os from Hell são sempre bacanas.

Damien tá tagged como depressive no meu lastfm. Mas Coldplay também tá e a verdade é que eu choro com músicas específicas, e, mais comumente, de outros artistas. O negócio do Damien são as letras e as melodias: ele me atinge no avesso, de todas as formas possíveis, seja no pop, no acústico, com violinos, violoncelos, pianos, nas baladinhas, expurgando os demônios, nas valsinhas, nos filmes, no blues, com a Lisa Hannigan, o Herbie Hancock, a Tori Amos, o Ray Lamontagne, nos covers, em francês, em português, na bossa, na fossa. Ou seja, ouço sempre, com qualquer humor.

Virei uma fã bobona do Damien, do paletó surrado, daquele mesmo violão de sempre e daquela cara de abandonado. Uma fã bobona que vai insistir e vai postar quantos tópicos forem necessários para que ele dê atenção a essas pequenas vozes sul-americanas.

♪ (...) leave me out with the waste this is not what i do
it's the wrong kind of place to be thinking of you
it's the wrong time for somebody new
it's a small crime and i got no excuse
and is that alright yeah? (...) ♪



Então, naquele domingo de manhã, após o café, ela botou Damien pra tocar no pc. O pai dela, na sala, ouvindo Motorhead; a mãe, em algum canto do minúsculo ap, tentando encontrar o cd do Chico Buarque. Ela fechou a porta do quarto, aumentou o som e, durante os 3 minutos e 37 segundos seguintes, ficamos ouvindo a 9 crimes, música que eu não tinha ouvido até então. Meu sorriso ia de orelha à orelha, porque eu tinha apresentado o Damien e agora era ela quem me apresentava a música nova.

♪ (...) leave me out with the waste this is not what i do
it's the wrong kind of place to be cheating on you
it's the wrong time she's pulling me through
it's a small crime and i got no excuse
and is that alright yeah?
if i give my gun away when it's loaded
is that alright yeah?
if you don't shoot it how am i supposed to hold it?
is that alright yeah? (...) ♪

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Mas que coisa...

Eu acho meio irônico o fato de o homem ter inventado a economia, sem que haja alguém para me explicar a que se deve a súbita alta dos preços dos alimentos. Um especialista fala da cotação dos barris de petróleo, o outro fala dos mercados asiáticos, enquanto o Lula faz propaganda do etanol. É um barato, entende?
Hoje, por exemplo, eu fui comprar o meu Confeti e, qual não foi tão grande a surpresa, vejo que o preço subiu: foi de R$2,70 para R$3,40! Em questão de DOIS dias.
Ultraje.

vídeo da aula de história


Após a 2ª Guerra Mundial, Estados Unidos e União Soviética disputaram o posto de nação mais poderosa do mundo. Vencia quem tivesse o maior número de ”amiguinhos” e bombas. Como prêmio, o vencedor ganhava uma bandeira na Lua e um vídeo amador. A disputa recebeu o nome de Guerra Fria.
Era permitido blefar. Como no Poker, onde um aposta e o outro paga para ver as cartas, Estados Unidos e União Soviética alternavam-se nos papéis daquele que aposta tudo e daquele que não paga para ver.
Os blefes, contudo, transtornavam a população dos respectivos países. Nos EUA, a saída encontrada para o medo que se alastrava foram programas de orientação e perseguição vigília. Vídeos como o da tartaruga Burt eram divulgados nas escolas para alertar crianças e adolescentes sobre o que fazer em caso de a bomba atômica explodir [what to do in case you see the light - no, it's not god...].
Na União Soviética, a vodka dava conta do recado.

waiting on the world to change, john mayer

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Eles.

"(...) Na manhã seguinte, deixaram o hotel e antes de embarcarem, passaram pelo Capitólio para tirar umas fotografias. Voltando de trem para Nova Iorque, enquanto uma equipe de Granada tira fotografias para um documentário, Ringo começa a deslizar em volta ou debaixo das poltronas, imitando um macaco. John e George trocam seus paletós, sem nenhuma razão. Em seguida, Ringo com uma dúzia de máquinas fotográficas em tôrno do pescoço, empurra os viajantes, gritando: - 'Desculpe, revista Life, exclusivo, eu sou uma câmara.' George sobe no bagageiro, deita-se e finge-se de morto. Ringo, de casaco de peles claro e um chapéu de mulher de arminho, corre pelo vagão. George volta vestido de cabineiro, carregando uma bandeja cheia de coca-colas vazias. Do outro lado do vagão, Paul, debruçado na janela, tira fotografias, gritando espalhafatosamente: - 'Meu Deus! que criação! que artístico! trilhos de trem!' A câmara da equipe continua a filmar, os repórteres das revistas Life, Newsweek e Saturday Evening Post continuam a tomar notas, John, de quando em quando, murmura: - 'Engraçado, muito engraçado.' (...)"

(A Vida Fantástica dos Beatles - Me Ama, Tá?, 1967 - BRAUN, Michael)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Esquema Pushing Daisies



Tem essa pessoa XX. XX sofre de paixonites inconstantes misturadas a surtos Amélie Poulainescos. Ou seja, XX consegue passar anos só no contato visual, mas é capaz de perder completamente o interesse após 2 semanas de contato carnal.
Há alguns meses, XX me fala de XY. XY é "o cara do ônibus". Há alguns meses, então, eu ouço as mais viajadas novelas mexicanas em torno de olhares famintos. Repito: OLHARES.
Quando eu pergunto como tem caminhado a pseudo-relação, XX fica brava porque ou é o ônibus que, cheio, impossibilita a união do casal, ou é ele que não puxa papo. XX não quer tomar iniciativa de nada e diz que já se ofereceu para segurar a mala de XY, mas o mesmo não quis. Ela diz que é a menina e que é ele quem deve chegar. Concordo com XX, mas discordo totalmente do fato d'ela fingir que dorme enquanto XY se põe a encará-la de maneira constrangedora.
Vai ver ele é mudo, uai.
Outro dia, XX chegou toda contente na facu e eu perguntei o que aconteceu.
-- UAU. Tu tá radiante. Que aconteceu?!
-- O cara do ônibus... Ele me abraçou!!!
-- FINALMENTE! Como foi, como foi?
-- Ah, eu 'tava sentada, né? Aí ele veio e apoiou a mão na cabeceira do meu banco e na cabeceira do banco da frente!
-- O QUÊ?!
-- É! Não é fofo??? ^^
-- Tá brincando, né?
Pushing Daisies, sá'qualé?!
Para quem não sabe, Pushing Daisies é o novo seriado da Warner, transmitido todas as quintas-feiras, às 21h. O seriado gira em torno da vida de Ned, um confeiteiro que possui um dom estranho: ele consegue ressucitar coisas mortas com um simples toque. O porém é que ele não pode mais tocá-las, senão elas caem mortas de novo, e dessa vez permanentemente.
Gosto de pensar que XX e XY 'tão numa no push no pull daisies situation. O que é praticamente a mesma coisa que brincar de pega-pega sem encostar...

além do que se vê, los hermanos, tá playando na minha catrola (pegou, pegou? cachola + vitrola!). bah.

(...) e o patuá.

A Andrea - Mel para os íntimos e Cocô para a menina que veio da neve - é meio temperamental. Tamanha é (sempre foi) a alternância de humores que sua Mãe, Dona Li, viu-se no dever de inventar uma musiquinha. Goes like this:
♪ A Andrea é uma chata
Vive só emburrada
Ela diz que não é nada
Mas tá sempre de cara fechada ♪
Dona Li é bibliotecária de segunda à sexta das 8h às 17h e taróloga, astróloga, perua e sozinha o resto do tempo. Ela não entende que o temperamento da Andrea vem, como a própria palavra dá a entender, de tempero, temperança. Para ela, quer dizer sempre temporal...
[Mel é sazon: quanto mais, mais BOOM!] - FAVOR DESCONSIDERAR.
A Mel não tem paciência para explicar para Dona Li o que se passa com ela. Teria se Dona Li, a astróloga, Mãe, perua, en.fá.ti.ca e can.sa.ti.va.men.te sozinha mulher no auge de seus 40 e poucos anos soubesse olhar para a filha com pouco mais que reprovações e adjetivos pequenos.
Há, lógico, outras coisas. Mas o que realmente interessa aqui é a enfatizabilidade que Dona Li dá a sua solidão, a impaciência da Mel e o patuá.
A solidão é um demônio que leva a Andrea à merda de vez em quando. A solidão leva Dona Li à merda mais frequentemente. A impaciência da Mel é um álibi para uma explicação muito longa sobre convívio, adoração, atropelos e espaço. A impaciência de Dona Li é conseqüência da impaciência da filha para com ela, fato que, por sua vez, gera mais impaciência ainda na Dona Li, que se sente cada vez mais sozinha.
O patuá, enfim, é um amuleto de proteção e sorte. Mamãe Li costurou-o ela mesma; fez um para o filho e outro, mais bonitinho, para a Mel. A Mel sempre carrega o seu patuá na mala. Simboliza qualquer coisa que ela entende, mas não explica, porque senão perde a beleza.
Mãe Li e Andrea ficarão bem num futuro próximo. Basta Andrea aprender a dizer o que Mamãe precisa aprender a escutar. Enquanto isso não sucede, valem a proteção e a sorte do patuá.

little light of love, fifth element soundtrack

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Ish

Fechei o 1° bimestre com QUATRO vermelhas.
Bonito Mel, bonito...

sábado, 17 de maio de 2008

Nha.

Hoje, me senti estranha demais. A sensação é de praxe, mas a coisa 'tava terrível agora à tarde. Não sei se foi o cansaço - não dormi essa noite -, se foi puro e simples desconforto, ou, pior, se fui eu mesma e as minhas inconstâncias. Só sei que fiquei literalmente bêbada de ar, dizendo frases soltas que, apesar de fazerem o seu sentido, calçavam perfeitamente os sapatos de uma desequilibrada.
A pessoa que estava comigo fazia pontos de interrogação com a testa; e eu aleatorizando tudo. Fiz papel de bagunçada... Às vezes, me falta o tato. Às vezes, eu prefiro dizer que são os outros que não vêm com o dispositivo "capte-me".
Desculpas para um personagem bobo.

Acho que foi o filme. Assistimos a Na Natureza Selvagem (Into The Wild), filme dirigido pelo Sean Penn, protagonizado pelo mesmo ator de Um Show de Vizinha (The Girl Next Door). Aquilo lá te faz submergir no cenário! O típico roteiro escrito no Tibet para isolacionistas em potencial. Pearl Jam é a trilha toda. E, ao deixar a sala escura, nada além da vontade de ficar só...
A vontade de ficar só contraposta à necessidade de dizer alguma coisa. Então falei inexata e semsentidamente algo sobre liberdade e afeto.
E a embriaguez é tanta que eu não sei dizer se menti.

deixa o verão, mariana aydar

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Citações

Levo sempre comigo um caderninho para anotações. De mês em mês, posto (geralmente não aqui) as frases interessantes que capturei no ar ou li em algum lugar. O mês passado contou com o seguinte acervinho de boas palavras:
"Pode-se obter muito dos homens, deslumbrando-os.". (Professor de História que viu a frase em algum lugar.)
"Poucas coisas são mais difíceis de suportar do que a chatice de um bom exemplo.".(Citação de Mark Twain, encontrada no livrinho Manual do Hedonista.)

"Na dúvida entre dois pecados, em geral escolho aquele que nunca experimentei antes.".(Citação de um tal de Mae West, encontrada também no livrinho Manual do Hedonista.)
"Eu amaria Elga se não amasse Lucie.".
(Frase dita por Jules no filme Jules e Jim.)

"Escrevo para confortar os aflitos e afligir os confortáveis.". (Frase do filme -chato- O Vento Será Tua Herança.)

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Juventude Transviada

Meu caderno para anotações vagas está explodindo. Meu quadro para rabiscos tem frases pretensiosas. Tenho escutado muita música de mulher: Ana Carolina, Espumas ao Vento, Me Revelar, Bic Runga, Marisa Monte, Norah Jones, Rita Lee. Estou numa daquelas fases, sabe? Totalmente Audrey Hepburn tirando Moon River na janela...
Vontade imensa de fugir.

Vou me demorando pela rua. Tô a extremos e não posso chegar cedo em casa; fico super desagradável no particular. Só tenho paciência pra minha zona.
Bagunço mais ainda o quarto para afastar os possíveis invasores. Há roupas e livros no chão; a cama, desarrumada.
Passeio de tênis pelo ap, chuto a bola na parede e, quando Mamãe chega, fecho a porta do quarto e passo a noite na minha, lendo, imaginando coisas. Se isso fosse filmado, longe de ser um filme, seria um documentário sobre o meu Infinito Particular.

Quando duas meninas vivem juntas e, por algum motivo, acabam disputando um mesmo espaço, as coisas ficam podres. Mamãe e eu, já há um tempo, temos disputado um espaço indefinido, onde uma não quer se colocar no lugar da outra (e vice-versa).

Atiro os tênis na sala. Quando fica escuro, tropeço neles. Isso acontece toda santa noite.
Toda santa noite,
Toda santa noite,
Toda santa noite,
eu tropeço nos tênis, eu me tranco no quarto, tenho vontade de brigar com a Mãe.
Ouço ¬¬ coisas que eu sei e fico com raiva da minha crisesinha meio-menina meio-adolescente. Passei hoje um tempão no telefone descarregando. No telefone.
Bom, que seja. Eu precisava da minha fase Peter Pan.

infinito particular, marisa monte

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Madonna, sonhos e amigos.

Nesse último fim de semana, realizei um tipo de sonho: fui a um bar karaokê e cantei Papa Don't Preach. Virada para o público, fazendo caras e bocas em cima do pequeno palco, cantei a plenos pulmões, devido à garganta arrebentada pela gripe, e acabei errando partes da letra. No backing vocal, dois fiéis escudeiros, gritando e errando comigo.
Ao longo desses meus 19 anos, já fiz o favor de ferrar com alguns relacionamentos, fato que me fez definir "amizade" algumas porções de vezes. Porque amizade, pra mim, é o começo de tudo. [Platonismo é um começo de nada.]
Quando cantei Madonna no sábado, me senti acolhida. E o sonho virou apenas contexto para o que de fato acontecia ali. Não era mais o meu sonho; era um sonho imenso, ajustado na hora. Perfeito, ultra brega e completo.
Naquela noite, então, eu redefini que amizade é aquilo que possibilita o reajuste plenamente satisfatório dos sonhos e dos momentos de cada um.

papa don't preach, madonna

sábado, 10 de maio de 2008

Gingado

Off record: foi meu professor de física no ano passado.
:0DDDDDDD

sábado, 3 de maio de 2008

Vai lá Mel, BERRA!

Eu DETESTO ter que me passar por uma pessoa democrática!! ù.ú

*grita no travesseiro*

quarta-feira, 23 de abril de 2008

confissão

Adoro instituições de ensino munidas de bibliotecas boazudas. o.o'

sábado, 19 de abril de 2008

coisas que acontecem...

Ontem, me ligou uma tal de Mariana. Ela queria marcar uma entrevista para hoje; mencionou uma vaga de atendente e falou algo sobre chats. Trabalhar de segunda à sexta, das 15h às 23h, ganhando, no primeiro mês, 600 contos; no segundo, 650 e, a partir do terceiro, 700 fixos mais comissão. Não hesitei.
Fiquei pensando nisso e em que roupa vestir hoje. Esqueci logo da roupa. P.o.s.s.i.b.i.l.i.d.a.d.e.s.
Apesar de ficar imaginando coisas, quis manter os pés no chão pra não empolgar demais. Além disso, quando alguém coloca as palavras "chats" e "atendente" numa mesma e fugidia sentença, a gente desconfia. Só que os meus dedões dançantes das mãos começavam a girar involuntariamente, enquanto eu fazia considerações financeiras... Ou seja, de um ou outro modo, acabei me deixando levar.
Hoje, então, o grande dia. Eu com uma blusa azul, uma calça jeans stretch e botas chiques. Dei até um jeitinho de prender o cabelo para não passar a impressão de que ele tem vontade própria.
Chegando lá, um edifício comercial, super bem localizado, bem no meio do Itaim. Eu pensando "hm... Itaim, um edificiozinho comercial com câmeras, politicamente correto... Bacana, bacana.". Subi.

À porta, essa loira tingida, maquiada, com brincos grandes, corrente de Nossa Senhora e um decote não muito discreto. Educada. Igualmente muito "entregou o jogo": de olhar, já sabia do que se tratava. Fui entrando mesmo assim.
Lá dentro, uma outra loira. Essa tinha batom vermelho nos lábios; usava sapato de plataforma e tinha abusado do lápis de olho. Não disse oi tudo bem. (Isso é muito chato nas pessoas.)
Então a loira tingida, dos brincos grandes, me levou para a saleta onde, antes, encontrava-se a outra loira. Na tela do computador, uma foto da loira que havia saído, do rosto, com o mesmo batom vermelho e o mesmo contorno exagerado nos olhos.
Era um escritório todo branco - desde o chão até as mesas - que mais se assemelhava a um apartamento com diversos cômodos pequenos.
Começou a entrevista. Por um lado, super informal, o que é ótimo; por outro, meu pé esquerdo reclamando dentro da bota chique, que poderia muito bem ter sido substituída por um tênis. Por uns dois minutos, só a loira falou - daquele jeito camuflado. "Então, a gente trabalha aqui com três sites em particular; todos sites de entretenimento (...) sei lá o quê e você recebe em dólares. Já fui gerente de três escritórios e, em nenhum deles, recebi tanto quanto nesse. É coisa de às vezes tirar 1500 reais por mês, sabe? O "business" [ela usou esse termo o tempo todo] é realizado através de uma câmera de vídeo, estilo webcam, que você usa pra se comunicar com o cliente (...)". Daí, eu falei "só uma coisa. De que tipo de entretenimento a gente tá falando?". "Site de conteúdo adulto". "Tá. E o que exatamente eu teria que fazer?".
Foi uma longa explicação, ainda meio camuflada, sobre venda de "produtos" e "o quanto eu consigo segurar um cara (...), conta por tempo de conversa (...)". Eu insisti: "tem foto aí pr'eu ter uma idéia de onde e do que filmam?". Então ela mostrou... O que seriam as fotos de rotina: meninas (meninas digo, de 18 a, no máximo, 24 anos) seminuas - calcinha e sutiã - fazendo poses sensuais. As exceções incluíam o streap completo. E o streap completo, pelo que pude absorver da explicação camuflada, não era assim tão esporádico. Fico sabendo também que aquele papo de 700 fixos era apenas papo, que os ganhos mesmo são por comissão. E que não há benefícios.
"Há meninas que só conseguem faturar se tiram a roupa toda!" - ela diz. Uma loira espontânea. Disse também que o site não é acessado por brasileiros, ou seja, além de praticar o inglês, não há perigo de "o meu namorado, família etc" achar alguma foto minha por aí. Yeah, and I'm Madonna.
Concluímos a entrevista com o meu breve "vou pensar bem; te ligo qualquer coisa". Disse tchau, desci, tirei as botas, calcei os tênis e fui pr'o bar. Rindo e, ao mesmo tempo, tendo de me conformar.
Já em casa, quando Mamãe perguntou por maiores detalhes da entrevista, eu disse que a coisa toda era uma putaria... "Não é CLT".

três lados, skank

terça-feira, 15 de abril de 2008

Porque é um clássico...


... e é o máximo!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Em guarda, troianos!

Ontem, pela manhã, o rei Menelau de Esparta reuniu as tropas aliadas e declarou guerra aos troianos. Sua esposa, Helena, fora raptadada pelo príncipe Páris, de Tróia, cuja visita parecia tratar, até onde se pensava, de questões meramente diplomáticas.
O irmão do rei, Agamenon, fez os últimos preparativos esta tarde e parte amanhã em direção à cidade inimiga, no comando de mil naus e guerreiros prodigiosos, dentre eles o hercúleo Aquiles. Questionado sobre um possível entendimento, ou mesmo um acordo com o príncipe troiano, Agamenon, não menos furioso, alegou que "tamanho ultraje não passaria impune; seria uma ofensa à Esparta!".

O clima de hostilidade entre as duas
cidades gregas, porém, não é um assunto tão recorrente como o é a beleza da rainha espartana.
Especialistas afirmam que ela sofre de uma disfunção hormonal caracterizada pela liberação de uma quantidade de feromônios - "substância biologicamente muito ativa, secretada especialmente por insetos e mamíferos com funções de atração sexual, demarcação de trilhas ou comunicação entre indivíduos" - superior às taxas consideradas normais.

Filha de criação do rei Tíndaro de Esparta e da rainha Leda, Helena teria sido fruto de um relacionamento extraconjugal desta com Zeus, um famoso ilusionista, fato que realmente explicaria a condição peculiar da princesa, de natureza genética.

Testemunhas garantem que Páris "perdeu o rumo completamente ao deitar olhos na esposa de Menelau" e que, "se não fosse demasiado inconveniente, teria agarrado a moça em plena conferência com o rei". Odisseu, rei de Ítaca e aliado de Esparta, por sua vez, referiu-se a Páris como "o típico sujeito que não consegue separar a vida pessoal dos negócios".

Enquanto da movimentação e convocação de tropas no lado espartano, no lado troiano, ao que tudo indica, o rei Príamo não tem a menor idéia dos resultados obtidos pela incursão diplomática do filho, pois Páris e Helena ainda atravessam o Mar Egeu.

"Eu daria com um vaso na cabeça do meu filho se ele fizesse isso" - complementa Odisseu.


Texto idealizado para um trabalho [chato] de Filosofia com o seguinte tema: Mito, Razão e Jornalismo.

24, jem

Panco.

A última safra de bisnaguinhas saiu meio queimadinha.

Ass.: consumidora um tanto desapontada.

quarta-feira, 9 de abril de 2008