sexta-feira, 23 de março de 2007

Combinações Zodiacais (Terra Esotérico)

Signos de Fogo
Aquário - Áries
Nenhum dos dois dá muita bola para a opinião alheia. Ambos fogem da rotina e pagam para participar de uma boa peripécia. Se pudessem viver isolados do mundo, seriam uma espécie de corsários inter-galácticos, pirateando diversão e aventura de planeta em planeta, sem se preocupar com o rumo da aeronave. Como, infelizmente, vivem num mundo repleto de gente e tentações, a vida a dois sofrerá percalços quando aquário cismar em sair em bando e áries, sempre avesso a programas de turma, armar uma confusão.
Aquário - Leão
O famoso e explosivo caso dos opostos complementares. Leão só conjuga a primeira pessoa do singular: eu, eu, eu. Aquário é fascinado pelo plural "nós", que pode se referir ao time de vôlei, aos companheiros de pôquer ou aos vizinhos do quarteirão. O encontro entre o narcisista leão e o coletivista aquário será algo como uma conferência de paz árabe-israelense: provavelmente não dará em nada, mas por pura inflexibilidade dos participantes - todos eles, afinal, meio parentes.
Aquário - Sagitário
Grandes comparsas por todas as causas perdidas. Idealistas ao extremo, levantarão fundos para os refugiados do mundo inteiro, passarão abaixo-assinados contra a corrupção no Congresso e tentarão um financiamento para lançar uma revista político-literária, intitulada "a causa do povo". Serão imbatíveis como dupla militante - aquário com suas convicções ferrenhas, sagitário com sua fé inabalável. Único problema: o senso de justiça aquariano, salomônico demais, pode levá-lo a dizer que o sagitariano estava errado neste ou naquele pormenor, o que redundará numa briga de proporções apocalípticas.

Signos de Água
Aquário - Câncer
O caranguejo pode acentuar seus hábitos de reclusão se conviver com um aquariano. Cada vez que o aquário insistir para eles largarem tudo e tentarem uma nova vida como observadores de focas na Antártida, o canceriano correrá para debaixo dos cobertores maldizendo o dia em que resolveu unir seu destino ao desse maluco inconseqüente. Porém - e os grandes romances são feitos exatamente de poréns - ninguém é melhor que o aquariano para desentocar o canranguejo do tédio de sua concha.
Aquário - Escorpião
O jogo de sedução neste caso é dos mais complexos e enguiçados. Escorpião emite um olhar magnético na direção de aquário, daqueles que costumam paralisar qualquer um dos outros 11 signos. Aquário sente apenas uma leve brisa do lado esquerdo do ombro. Escorpião se aproxima e, com voz profunda e gutural - mais aquele olhar cheio de segundas intenções -, pergunta ao aquariano se ele já experimentou um colchão de penas de ganso. Aquário, um tanto intrigado, responde que lhe parece um artefato pouco ecológico. Escorpião ri alto e joga a cabeça para trás. Aquário, decididamente, não entende nada. Só resta ao escorpião tomar impulso e jogar aquário sobre o sofá.
Aquário - Peixes
Peixes para aquário: "eu nunca lhe disse antes, mas naquele dia que você me deu uma água-marinha eu tinha certeza de que nosso caso iria durar para sempre, e fiz este medalhão que não tiro nem para dormir.". Aquário: "quando é que foi mesmo?", e sutilmente estende a mão para o jornal em cima da poltrona. Peixes: "ora, eu lembro até hoje, chovia a cântaros e você estava vestido com aquele...". Aquário abre o jornal na página de esportes. Peixes, embevecido, continua com suas lembranças. "Desgraçado!", berra repentinamente o aquariano, "juiz vendido, isto não vai ficar assim!". E sai da sala sem entender, meia hora depois, porque peixes se trancou no quarto e não quer abrir a porta.

Signos de Ar
Aquário - Gêmeos
Já vimos que eles foram feitos para passar a noite juntos, conversando. Podem inclusive não passar disso por meses a fio, mas quando se decidirem por um diálogo mais corporal é importante que gêmeos lembre que certas coisas nunca se dizem - por exempo, "nossa, você é mesmo uma falsa magra.". Até aquarianas têm sentimentos.
Aquário - Libra
Ambos pairam acima de certas esquisitices, como ataques de ciúmes, crises de choro e taquicardias. Este casal jamais dará vexames em público. O problema é que também nunca se beijarão cinematograficamente em despedidas de aeroporto, o que, para um libriano, é um dever de estilo do qual ele não abre mão. Resta ao aquário aprender todos os salamaleques que o libriano considera indispensáveis na vida a dois. Talvez por isto a união, embora aconselhável, seja instável.
Aquário - Aquário
Tudo que ainda estiver para ser inventado será descoberto por eles: a praia sem turistas onde passar as férias, um método de congelar comida que dura seis anos, um modo de fazer os impostos pagos reverterem em algum benefício social. A casa deles será a open-house mais acolhedora do planeta: amigos, conhecidos, amigos dos conhecidos e viajantes totalmente desconhecidos terão sempre um lugar reservado nela. Ninguém vai permitir que este casal pense em divórcio - seria um deserviço público em geral.

Signos de Terra
Aquário - Touro
Touro não gosta de surpresas, e isto é o que vai ter de sobra convivendo com um aquariano. O carinhoso e ciumento taurino se transformará num Minotauro e investirá com todos seus chifres a cada excentricidade ou sumiço do parceiro. Pior ainda quando o aquário se recusar a dar o relatório das suas atividades no fim de semana. São tipos muito diferentes e, exatamente por isso, vivem caídos um pelo outro.
Aquário - Virgem
A imensidão dos espaços siderais - aquário - contrastando com a simetria perfeita e asseada de um flat todo pintado de branco - virgem. Fica difícil. O virginiano, como o canceriano, tem horror a extravagâncias, mas no caso de aquário é ainda pior: além de ter de tolerar as idéias repentinas, terá de se conformar com cinzeiros transbordando, pastas de dente estouradas e livros desencapados pela casa inteira. Só mesmo o amor para aproximá-los.
Aquário - Capricórnio
O cabrito montanhês é o único capaz de refrear a eletricidade aquariana e impedir que ela descambe num curto-circuito. O aquariano é o único capaz de rejuvenescer o capricorniano, convencê-lo a tirar a barba ou trocar o tailleur cinza por um tubinho colorido. Será uma vida a dois de eternos contrastes, com um resultado final muito equilibrado. Equilíbrio de malabaristas, sem dúvida: uma corda-bamba de conservadorismo extremo e futurismo alucinado.

Putz meow, esse site é o máximo! Eu me divirto! ;0D

segunda-feira, 19 de março de 2007

A sobriedade do discurso

O mundo todo é uma bagunça... Ninguém se escuta, todos se batem, se xingam, cuidam dos seus e se arranjam como podem. Há pessoas que não têm o que comer, outras que não têm onde morar e outras que morrerão na fila do transplante de rim, mas isto, convenhamos, é papo para discussões com duração média de duas horas e 'pegapacapá' de quinze minutos na consciência.
Só que então vai aparecer esse moço na avenida ─comprando─ a minha coolaboração num projeto em prol da educação. "É o seguinte: eu estou arrecadando fundos para lançar um projeto que (...)" conceda tantos e tantos benefícios à população brasileira. Daí, alguns passos adiante, vai aparecer este pequeno grupo de ativistas do Greenpeace mobilizando um milhão de assinaturas que intimem o governo a tomar providências mais sérias em torno da questão ambiental de mil tratados ineficazes, enquanto todo mundo caga no rio, volta pra casa em algum veículo expelidor de gases causadores de efeito estufa e esquece que o governo é o principal investidor das madeireiras. Dali cinco minutos, entremeio às pregações do Greenpeace, ao discurso do candidato no palanque, ao projeto de cunho futurista do nosso amigo educador, às distribuições de panfletos e amostras de arte, ignora-se um mendigo.
A questão não é quanto tempo essas reflexões/observações de merda perduram na cabeça, ou qual a parte de cada um na construção de um mundo melhor, ou ainda quanto vale a porra de uma consciência. É esse amor pela humanidade, essa coisa que impregna. Mesmo sendo um fatalista, enumerador das proezas podres do mundo, você se sensibiliza de tal maneira que essa esperança que as pessoas carregam, que os filmes, as letras e a convivência proclamam, te alcança. Chega mesmo a irritar, filho da puta: um sentimentozinho t
ão intocável, contraditório e, ainda assim, tão ironicamente humano...
A mim não dói pensar que o mundo talvez esteja se aproximando dum desfecho ruim, catastrófico etc e tal; não dói pensar que, entre os homens, já não há um relacionamento em si, mas sim uma globalização e até mesmo uma exposição de babaquices e interesses; não dói pensar no egocentrismo de toda essa gente que só quer passar bem, muito bem. O que dói realmente é pensar no inocente que morre, no fato de que 40% da população brasileira não sabe ler nem escrever, na fome, no mendigo que eu aprendi a ignorar, ou ainda naquele cara enfiado num hospital com uma doença infalível. Porque é triste. Porque é esse o tipo de coisa que nos atinge: a falta. As causas dela, porém, são apenas alvos de empreendimentos filantrópicos e, até onde vai a nossa boa-vontade, ineficazes, como demonstram os gráficos de quaisquer injúrias. Mas, como eu disse, isto não passa de papo para discussões 'pegapacapá' de quinze minutos na consciência...
Agora, como há de ser, você e eu voltaremos aos nossos afazeres: pensaremos naquela pessoinha que nos faz sentir bem, voltaremos às conversas raras de confiança, em que se destilam nossas mais íntimas bobagens e devaneios acerca de desimportâncias crucialmente importantes para nossas insignificantes vidas, escolheremos uma música que rime com nosso estado de espírito momentâneo e indagaremos sobre o filme que vai passar às 22h no SBT, ou, o que seria bem mais proveitoso, afinal televisão é um lixo - só passa merda -, sentaremos a um canto dando cabo ao livro de 700 páginas sobre a vida e os ideiais prodigiosos de Jesus, Gandhi, Che Guevara, John Lennon (...)

Ass.: números, engenheiros do hawaii.

domingo, 18 de março de 2007

O__________________O

"Menino de 8 anos mata garoto de 3 a pauladas

A população de Novo Progresso, no oeste do Pará, está chocada com a morte de Kauã Damásio Peres, de 3 anos. Ele foi levado de dentro da escola por outro aluno, um garoto de 8 anos, para um terreno baldio, estuprado, morto a pauladas e depois decapitado com uma faca. O corpo foi encontrado na manhã de quarta-feira e ontem cerca de mil pessoas foram em passeata para a porta do fórum da comarca pedir justiça.
O juiz Celso Marra Gomes ouviu o assassino em depoimento e depois, por medida de segurança, determinou a transferência para Santarém, onde se encontra sob proteção do Conselho Tutelar. A perversidade do crime surpreendeu até o delegado José Casemiro Beltrão, um homem acostumado no enfrentamento aos crimes violentos que dominam Novo Progresso.
Foi Beltrão quem deteve o menino com a arma do crime nas mãos e vestígios de sangue da vítima pelo corpo. Ao ser questionado pelo juiz sobre o motivo do crime, o menino disse apenas que não gostava de Kauã.
Eliana, a mãe da vítima, ficou chocada com o crime. "Meu Deus, que mundo é este em que vivemos?".".

Caramba, meow!!

E toca Teatro Mágico...

"(...) eu sinto que sei que sou um tanto bem maior (...)"

sexta-feira, 16 de março de 2007

Esse pessoal da Ásia Meridional

Pela internet, falo com dois indianos e um paquistanês. Os três fazem engenharia mecatrônica. Um dos indianos - cujo nome não lembro, tampouco saberia pronunciar porque é um baita dum nome - toca bateria e a gente passa a tarde tentando identificar nossos termos para prato, ximbal, bumbo, caixa, virada, pulsação, colcheia, etc a quatro.
Com o outro indiano, de nome estranho e, no momento, esquecido, eu discuto religião e essas coisas um tanto mais ibope... E ele, com a maior paciência do mundo, me ensina sobre as vacas, me fala da Índia, de política, o que acha e não acha; falamos da economia mundial, globalização, os interesses secretos de ambos os países, o fascismo da mídia e até arriscamos um papo mais deprê: "ninguém me entende, sou um mero escravo do sistema".
Com o paquistanês, Kashan Qayyum, o papo gira em torno de cultura inútil e lembranças. Neste exato momento, ele está me contando sobre o seu caso de universidade com uma amiga, que terminou recentemente porque a menina teve que casar. Enquanto isso, mando uma música do Cazuza e alguns poeminhas meus "traduzidos" para o inglês.
[ O que não faz uma segunda língua e um comunicador instantâneo, hein minha gente?! Ah-hai! ]
Falo também com um canadense, uma australiana e uma irlandesa. O canadense é um folgado bonitão, a australiana nunca está on sem que seja às 6h da manhã e a irlandesa deve ter encontrado o Damien porque não aparece faz tempo por estas bandas.
Mas meus gringos favoritos mesmo são os asiáticos... Tão mais interessantes e interessados. ^^'

segunda-feira, 12 de março de 2007

Adiamento

Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-me para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...

Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã...
Quando era criança o circo de domingo divertia-me toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância...
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital...
Mas por um edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã...
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo...
Antes, não...
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã...
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã...

O porvir...
Sim, o porvir...
Álvaro de Campos.

sábado, 10 de março de 2007

minha quase filosofia de vida

lenine - do it

tá cansada, senta
se acredita, tenta
se tá frio, esquenta
se tá fora, entra
se pediu, agüenta (2x)

se sujou, cai fora
se dá pé, namora
tá doendo, chora
tá caindo, escora
não tá bom, melhora (2x)

se aperta, grite
se tá chato, agite
se não tem, credite
se foi falta, apite
se não é, imite

se é do mato, amanse
trabalhou, descanse
se tem festa, dance
se tá longe, alcance
use sua chance (2x)

se tá puto, quebre
tá feliz, requebre
se venceu, celebre
se tá velho, alquebre
corra atrás da lebre (2x)

se perdeu, procure
se é seu, segure
se tá mal, se cure
se é verdade, jure
quer saber, apure (2x)

se sobrou, congele
se não vai, cancele
se é inocente, apele
escravo, se rebele
nunca se atropele

se escreveu, remeta
engrossou, se meta
quer dever, prometa
pra moldar, derreta
e não se submeta (2x)

quinta-feira, 8 de março de 2007

Breve comunicado

Estou me exonerando do encargo de "futuro do país".

quarta-feira, 7 de março de 2007

terça-feira, 6 de março de 2007

Divã Instantâneo - parte II

A vida simplesmente não é mais a mesma quando você descobre que uma das tuas canções favoritas é apenas uma 'releitura' da música tema de um filme tosco.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Meu Guri

Pois é... Anteontem, à noite, mais ou menos às 7h, estávamos conversando, Mamãe e eu, até que o telefone toca e vem a notícia: "oi, boa noite. A senhora é a Mãe do Davi? Pois então, eu sou a assistente social aqui da Santa Casa de Misericórdia, e estou ligando pra avisar que o Davi sofreu um acidente. Foi atropelado por uma moto; o motoqueiro chamou o resgaste. Sim, ele tá bem, tá consciente (...)".
Saímos voando de casa.
Chegamos a Santa Casa, o Davi estava na Ortopedia... Quando o encontramos ele estava em uma maca, num corredor, na fila do raio x, sem travesseiro algum, com a boca e o nariz ensangüentados, um galo na cabeça, suspeita de fratura na perna esquerda e roxos por todo corpo. Minha Mãe ficou desesperada e começou a chorar, mas logo se recompôs; eu fiquei prendendo o choro. Ela segurava uma mão, eu verificava o rosto. Quando ligaram para casa, eu jurei que encontraria um Davi com um pouco de dor, com uns roxos aqui e acolá, mas só. Pensei que já fossem tê-lo limpado, mas não. A primeira a limpar um pouco a cara do menino fui eu: peguei o lençol já todo sujo e disse "cospe". Só que a minha maior preocupação era a cabeça, aquele galo no meio da testa não parecia ter sido tão leve assim, além do que, o cara se queixava de dor de cabeça. Ele entrou na sala de raio x com a Mãe e eu fiquei do lado de fora com o Custódio. Nesse meio tempo, a gente encontrou um baiano que nos contou o histórico do filho. Foi uma distração até o Davi sair empurrado na maca em direção ao Pronto Socorro de novo, seguido pela minha Mãe cuja cara estava contorcida. Animador.
Nessa parte da história, ficamos os três quase o tempo inteiro do lado de fora. Ele ainda ensangüentado, se queixando de dor de cabeça e dor na perna. Minha Mãe chorava, andava de um lado a outro e eu ficava lá atendendo a pedidos: "preciso de um leitinho". A minha grande preocupação era a cabeça; Mamãe disse que ele havia vomitado o que não deixou de alarmar, apesar de sabermos que ele havia engolido sangue.
Ah, eu sei lá... A gente nunca pensa que vai acontecer com alguém próximo, entende?
O atendimento na Santa Casa era um horror. Podem dizer que, quando há esse tipo de ocorrência, os hospitais recomendados são o HC e a Santa Casa, porém o ambiente é horrível e as instalações, mesmo os cuidados com os pacientes, são horríveis. E ninguém dá uma informação ¬¬' decente.
Eu fiquei doce com ele. Não sei se fazia diferença, mas acho que ele gostava de me ter por perto fazendo mixilinho naquele cabelo sujo e dizendo "cospe". E teve um momento em que eu até me senti bem, porque ele mandou me chamar para ficar lá na hora de tirar raio x da cara.
Só que muita coisa me deixou puta: a demora no atendimento, o fato de ninguém limpar o rosto do Davi, as duas amebas de enfermeiras que, em lugar de atenderem o cara, ficaram dentro duma sala assistindo ao BBB (à merda com esse programa imbecil!); pra completar, eram as enfermeiras que deviam atendê-lo e as babacas ainda me trataram mal, sendo que eu é que ficava empurrando a maca de um canto a outro, fora o neurocirurgião que não aparecia pra dar uma olhada na tomografia e liberá-lo pra engessar a perna.
[ Queria aqui demonstrar toda a minha raiva perante a rede pública de saúde neste país: AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH!!! E, mais, queria mandar um recadinho do coração às enfermeiras bocós do BBB: suas p****, espero que %*##••φ?¬¬*&&#%!!! ]
Eram 2h da manhã e o Davi todo sujo ainda, com menos dor de cabeça (alívio...), mas com enjôo, e o neurocirurgião sem aparecer. Foi então que baixamos o demônio e decidimos fugir com ele para o São Luís. Pegamos uma cadeira de rodas, o Custódio tirou ele da cama enquanto Mamãe foi pegar o carro. Saímos com o soro da Santa Casa e o macacão, só que na hora de colocá-lo no carro o bosta do segurança nos impediu de sair sem prévia autorização de algum médico. Voltamos para tirar o soro pelo menos e nisso o Davi ficou de novo lá. Foi então que apareceu uma médica "você não pode tirá-lo daqui sem alta" e minha Mãe deu O chilique "já são 2h da manhã, meu filho foi atropelado às 6h30 da tarde, está aqui desde as 7h da noite e o único neurocirurgião do hospital não aparece! Eu não vou esperar mais, isso aqui é literalmente uma fuga! Agradeço pelo serviço, vocês o atenderam muito bem, mas eu não posso esperar mais!". \o/ Mamãe, \o/ Mamãe!!!
Chegamos ao São Luís e logo o encaminharam para o Pronto Socorro, onde o ortopedista apareceu prontamente, viu que era uma fratura pequena, que não precisaria de gesso, mas que seria bom imobilizar. O Davi arranjou uma perneira. As dores de cabeça voltaram, mas ele já estava mais tranqüilo. Fez ultrasonografia, exame de urina, de sangue, daí deram soro com remédio pra que ele pudesse dormir. Nisso, já eram 4h30 da manhã. A neuro viria de manhã, mas o ortopedista disse que, pela tomografia, não havia sinal contusão grave, porém era preciso que ele ficasse em observação.
Subimos para um quarto espaçoso e saímos dele hoje à tarde. Disseram que houve uma pequena fissura na testa, mas nada que tenha atingido o cérebro, tampouco algo que não feche logo. Ele tá com o olho esquerdo roxinho e inchado, roxos por todo o corpo e a boca inchada e machucada - duas vezes mais devido ao aparelho.
Disse que não lembra o que aconteceu e acordou na hora em que o colocavam na maca do resgaste. Pensou que tivesse sido atropelado pelo ônibus. (Um daqueles casos em que a moto está escondida atrás, sabe?)
Disseram que ele teve muita, muita, mas muita sorte.
E teve... Teve mesmo.
Ai kra, eu fiquei ó.ò meio impressionada. Bom, mas o importante é que ele já tá bem, grosseiro e tudo, e em casa.
Putz vida meow, que susto... O meu menino, o meu menininho. ='0)