quarta-feira, 23 de abril de 2008

confissão

Adoro instituições de ensino munidas de bibliotecas boazudas. o.o'

sábado, 19 de abril de 2008

coisas que acontecem...

Ontem, me ligou uma tal de Mariana. Ela queria marcar uma entrevista para hoje; mencionou uma vaga de atendente e falou algo sobre chats. Trabalhar de segunda à sexta, das 15h às 23h, ganhando, no primeiro mês, 600 contos; no segundo, 650 e, a partir do terceiro, 700 fixos mais comissão. Não hesitei.
Fiquei pensando nisso e em que roupa vestir hoje. Esqueci logo da roupa. P.o.s.s.i.b.i.l.i.d.a.d.e.s.
Apesar de ficar imaginando coisas, quis manter os pés no chão pra não empolgar demais. Além disso, quando alguém coloca as palavras "chats" e "atendente" numa mesma e fugidia sentença, a gente desconfia. Só que os meus dedões dançantes das mãos começavam a girar involuntariamente, enquanto eu fazia considerações financeiras... Ou seja, de um ou outro modo, acabei me deixando levar.
Hoje, então, o grande dia. Eu com uma blusa azul, uma calça jeans stretch e botas chiques. Dei até um jeitinho de prender o cabelo para não passar a impressão de que ele tem vontade própria.
Chegando lá, um edifício comercial, super bem localizado, bem no meio do Itaim. Eu pensando "hm... Itaim, um edificiozinho comercial com câmeras, politicamente correto... Bacana, bacana.". Subi.

À porta, essa loira tingida, maquiada, com brincos grandes, corrente de Nossa Senhora e um decote não muito discreto. Educada. Igualmente muito "entregou o jogo": de olhar, já sabia do que se tratava. Fui entrando mesmo assim.
Lá dentro, uma outra loira. Essa tinha batom vermelho nos lábios; usava sapato de plataforma e tinha abusado do lápis de olho. Não disse oi tudo bem. (Isso é muito chato nas pessoas.)
Então a loira tingida, dos brincos grandes, me levou para a saleta onde, antes, encontrava-se a outra loira. Na tela do computador, uma foto da loira que havia saído, do rosto, com o mesmo batom vermelho e o mesmo contorno exagerado nos olhos.
Era um escritório todo branco - desde o chão até as mesas - que mais se assemelhava a um apartamento com diversos cômodos pequenos.
Começou a entrevista. Por um lado, super informal, o que é ótimo; por outro, meu pé esquerdo reclamando dentro da bota chique, que poderia muito bem ter sido substituída por um tênis. Por uns dois minutos, só a loira falou - daquele jeito camuflado. "Então, a gente trabalha aqui com três sites em particular; todos sites de entretenimento (...) sei lá o quê e você recebe em dólares. Já fui gerente de três escritórios e, em nenhum deles, recebi tanto quanto nesse. É coisa de às vezes tirar 1500 reais por mês, sabe? O "business" [ela usou esse termo o tempo todo] é realizado através de uma câmera de vídeo, estilo webcam, que você usa pra se comunicar com o cliente (...)". Daí, eu falei "só uma coisa. De que tipo de entretenimento a gente tá falando?". "Site de conteúdo adulto". "Tá. E o que exatamente eu teria que fazer?".
Foi uma longa explicação, ainda meio camuflada, sobre venda de "produtos" e "o quanto eu consigo segurar um cara (...), conta por tempo de conversa (...)". Eu insisti: "tem foto aí pr'eu ter uma idéia de onde e do que filmam?". Então ela mostrou... O que seriam as fotos de rotina: meninas (meninas digo, de 18 a, no máximo, 24 anos) seminuas - calcinha e sutiã - fazendo poses sensuais. As exceções incluíam o streap completo. E o streap completo, pelo que pude absorver da explicação camuflada, não era assim tão esporádico. Fico sabendo também que aquele papo de 700 fixos era apenas papo, que os ganhos mesmo são por comissão. E que não há benefícios.
"Há meninas que só conseguem faturar se tiram a roupa toda!" - ela diz. Uma loira espontânea. Disse também que o site não é acessado por brasileiros, ou seja, além de praticar o inglês, não há perigo de "o meu namorado, família etc" achar alguma foto minha por aí. Yeah, and I'm Madonna.
Concluímos a entrevista com o meu breve "vou pensar bem; te ligo qualquer coisa". Disse tchau, desci, tirei as botas, calcei os tênis e fui pr'o bar. Rindo e, ao mesmo tempo, tendo de me conformar.
Já em casa, quando Mamãe perguntou por maiores detalhes da entrevista, eu disse que a coisa toda era uma putaria... "Não é CLT".

três lados, skank

terça-feira, 15 de abril de 2008

Porque é um clássico...


... e é o máximo!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Em guarda, troianos!

Ontem, pela manhã, o rei Menelau de Esparta reuniu as tropas aliadas e declarou guerra aos troianos. Sua esposa, Helena, fora raptadada pelo príncipe Páris, de Tróia, cuja visita parecia tratar, até onde se pensava, de questões meramente diplomáticas.
O irmão do rei, Agamenon, fez os últimos preparativos esta tarde e parte amanhã em direção à cidade inimiga, no comando de mil naus e guerreiros prodigiosos, dentre eles o hercúleo Aquiles. Questionado sobre um possível entendimento, ou mesmo um acordo com o príncipe troiano, Agamenon, não menos furioso, alegou que "tamanho ultraje não passaria impune; seria uma ofensa à Esparta!".

O clima de hostilidade entre as duas
cidades gregas, porém, não é um assunto tão recorrente como o é a beleza da rainha espartana.
Especialistas afirmam que ela sofre de uma disfunção hormonal caracterizada pela liberação de uma quantidade de feromônios - "substância biologicamente muito ativa, secretada especialmente por insetos e mamíferos com funções de atração sexual, demarcação de trilhas ou comunicação entre indivíduos" - superior às taxas consideradas normais.

Filha de criação do rei Tíndaro de Esparta e da rainha Leda, Helena teria sido fruto de um relacionamento extraconjugal desta com Zeus, um famoso ilusionista, fato que realmente explicaria a condição peculiar da princesa, de natureza genética.

Testemunhas garantem que Páris "perdeu o rumo completamente ao deitar olhos na esposa de Menelau" e que, "se não fosse demasiado inconveniente, teria agarrado a moça em plena conferência com o rei". Odisseu, rei de Ítaca e aliado de Esparta, por sua vez, referiu-se a Páris como "o típico sujeito que não consegue separar a vida pessoal dos negócios".

Enquanto da movimentação e convocação de tropas no lado espartano, no lado troiano, ao que tudo indica, o rei Príamo não tem a menor idéia dos resultados obtidos pela incursão diplomática do filho, pois Páris e Helena ainda atravessam o Mar Egeu.

"Eu daria com um vaso na cabeça do meu filho se ele fizesse isso" - complementa Odisseu.


Texto idealizado para um trabalho [chato] de Filosofia com o seguinte tema: Mito, Razão e Jornalismo.

24, jem

Panco.

A última safra de bisnaguinhas saiu meio queimadinha.

Ass.: consumidora um tanto desapontada.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

terça-feira, 8 de abril de 2008

E eu que já quis ser presidente...

"O sistema engloba inclusive a própria crítica" - diz o professor de Teoria da Comunicação. Ele é baixinho e adora conjunções: períodos infinitos, poucas frases de efeito. "O sistema engloba inclusive a própria crítica" é o que absorvo do discurso. "O sistema engloba inclusive a própria crítica" e "essa maluquice classificatória, ela é complicada". O déficit de atenção voluntário me vale pequenas capturas, de frases e bocejos a rabiscos e distrações quaisquer. Moscas e revista Caras.
Às vezes, eu levo revista Caras de propósito. Sabe aquele pessoal que se diz subversivo, alternativo demais? É preciso dar uma quebrada no climão: entre Camus, Umberto Eco, Piauí, uma Caras.
Subversão: a lorota grogue dessa maluquice classificatória pós-moderna. Babaca no contexto antigo, pior ainda no contexto novo.
Às vezes, eu gostaria de não ser [parecer] tão alheia, seja às crianças defenestradas da semana, ao conflito no Tibet, às eleições no Paraguai, à taxa de analfabetismo no Brasil, aos apelos do Greenpeace.
Às vezes, eu queria querer mudar o mundo, mas não me pretendo Gandhi, ricaça filantropa, líder religiosa nem soldado. E agora que sei que "o sistema engloba inclusive a própria crítica" não vejo razão. Ou me desculpo apenas. De um ou outro modo, aprendo a conservar minhas perspectivas modestas.
Isso me torna alienada. Contudo, é bom lembrar que "essa maluquice classificatória, ela é complicada", o que me confere não somente o título de alienada, mas também de fatalista, apolítica, conformada, amoral, pé no chão etc..
A crítica está tão incluída no sistema que o fato de você não criticar, ou não desenvolver um senso crítico opinativo faz com que te critiquem.
Tenho por mim que o ser humano faria melhor se se dedicasse a consertar os próprios bagaços. Então as escolas só precisariam ensinar o bom português e princípios de ética. Enquanto os pobres trabalham e aprendem a falar errado.
Eu planto árvores ao longo do ano. Um dia, quero ensinar alguém a ler (ou pagar pra que aprendam, afinal, hoje em dia a gente dispõe desse tipo de luxo), nem que seja o meu próprio filho. Assim como quero ensinar pedinte com um filho no peito e o outro na mão a usar camisinha. E fornecer estoques de camisinha pra ver se ao menos um exemplar desse pessoal que produz esfomeados em escala industrial dá uma refreada.
"Isso significa protagonismo e isso é muito legal" - diz o professor.
Na real, é só mais uma maneira de tornar o cotidiano um pouco mais afável, sem qualquer revolução ou criticismo eloqüente. Revolução é sangüinária; a crítica, demasiado prolixa. A consciência de perspectivas modestas e o que ela nos faz fazer quando à vista de nossos problemas de sempre e dos detalhes cotidianos é bem mais melhor de legal, eficiente e pacífica. :0-

billie jean, michael jackson

quinta-feira, 3 de abril de 2008

duas observações acerca de...

"Mãe, quero fazer cocô.".
"Tá bom, vâmo.". (Não basta ser mãe, tem que participar.)
"Não, eu quero ir na casa do Pedrinho!".
"Maquê...?".
"Eu quero fazer cocô no banheiro do Pedrinho!".


1ª:
Novo purificador de ar Glade toque de frescor!
- o comercial trata disso, pra quem não reparou.

2ª: quando crescer, esse menino vai mandar os pais tomarem (...). E vai ser na casa do Pedrinho.

Estratégia de marketing é outra história, né minha gente?