domingo, 31 de agosto de 2008

das coisas que eu [não] entendo

Às vezes, gostaria de saber mais, de ser mais atirada, mais convincente ao defender coisas das quais me creio convencida. Às vezes, gostaria de ser mais forte, mais segura e um tanto mais dona de mim quando irresistivelmente provocada. Às vezes, gostaria de ter menos medo e repulsa de gente, menos raiva de certas pessoas e ocasiões. Às vezes, gostaria de ser menos deliberadamente agressiva, e, outras tantas, de ser menos estupidamente complacente.

Às vezes, gostaria de encontrar uma razão para as coisas que acontecem, de não fugir nem duvidar do destino, de encontrar deus sentado em algum muro por aí.

tales from the vienna woods (ft. johann strauss orchestra), andré rieu

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Resposta

A Mel chegou em casa à noite, largou a mochila no sofá azul e ligou o pc para ouvir música. Colocou o media no modo aleatório, checou os e-mails, foi para a cozinha preparar um Nescau quentinho.
Ela havia passado a tarde toda pensando em como responder a um sms meio indiscreto. Foi então que, aleatoriamente, o media dela parou numa certa música...
A resposta:
come together
right now
over me

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O mundo dá voltas.

=0DDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDD
A moça de ontem acaba de me ligar dizendo que brigou pra caraleo e conseguiu abrir mais uma vaga pra me enfiar lá dentro! /o/
Começo na segunda.
[Estou pensando seriamente em levar um sonho de valsa para a moça do telefone.]

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Agradando e se fodendo.

Eu não vou conseguir o estágio, porque, segundo a moça do telefone, a minha redação ficou muito boa e, atualmente, eles não dispõem de vagas para o núcleo de redação. "Ei, Manhê, saca só! Eles me adoraram, mas, infelizmente, eu tenho um bom português...".
Desculpas. Eu devo é ter falado alguma merda grande na entrevista. Ou devo ter parecido alguma hiperativa, com dificuldades para administrar o nível de eletricidade.
Tô oficialmente amargando uma pequena fossa.
U_____Ú NHAAAAAAA!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Entrevistas...

Hoje, atendi a minha nãoseiqualésima entrevista do ano. Produtiva. É pr'um estágio numa empresa que faz eu não entendi direito o que, de segunda à sexta, das 13h às 18h, na Vila Madalena. Isso quer dizer que, às sextas, eu saio do trabalho e entro no bar. Ou na Livraria da Vila.
Bem. O negócio é bem básico: 400 mangos + vale-transporte. Não é nenhuma Brastemp, eu sei, maaas, se eu conseguir bolsa na Cásper, com os 400 pago mais da metade da facu. E, segundo meus cálculos, ainda me sobrariam cinquentinha do vale-transporte pra gastar ao longo do mês (é porque eu finalmente fiz o meu ultra super duper hiper bilhete único / estudante, portanto, só pago meia passagem).
Já tô até vendo como serão gastos os meus cinqüenta mangos mensais:
1) NO FOOD (a não ser em casos extremamente especiais).
2) 11 mangos para os créditos do celular.
3) 50 - 11 = 39.
4) 39 para cinemas, shows, passagens de ônibus e metrô (versão passeio), teatro... Glup.
5) - 39 + compensações que Vovó me dá de vez em quando.
6) - 29.
Ok. Melhor parar de fazer conta. xD Vou entrar em cheque especial antes de encher o bolso.
Kra, não interessa. Eu tô contente com isso. :0D

*rezando*

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Top 5 bandas mais ouvidas ultimamente.

Bandas MESMO. Nada de cantor(a)/compositor(a).

1.
Mando Diao. Tocam o rock típico. Pra mim, rock típico é aquela coisa com distorções guitarrísticas e uma bateria intermediária: nada muito pesado, nada muito pop. Na medida certa pra me deixar contente e empolgada. Pra baixar e ter uma idéia: god knows, never seen the light of day, mr. moon.
2. Ocean Color Scene. Rock britânico, meow. Ao mesmo tempo uma mistura de Oasis, Elton John e Stereophonics, sem ter pôrra nenhuma a ver. [Captou?] Muito bom. Pra baixar e ter uma idéia: july, 40 past midnight, i wanna stay alive with you, lining your pockets.
3. Athlete. O que eu chamo de um rock (pop?) alternativo. Misturinha batuta de disco, solos de guitarra e uma bateria lenta. É a típica música que não espanta ninguém. Nada de solos compridos, bateria pesada e muito corrida. Mó viaaaaagem, meow. Pra baixar e ter uma idéia: half light, on and on, best not to think about it, street map.
4. Bad Religion. Pra não perder o hábito. Foi uma das primeiras bandas que eu baixei quado decidi me interar do universo Punk Rock. E a verdade é que continua bom. =0D Pra baixar e ter uma idéia: 1000 memories, i want to conquer the world, god's love, american jesus.
5. Mutantes. Kra, eu só consigo dizer o seguinte: me arrependo de não ter me interessado por eles mais cedo. Que que eu 'tava esperando, meow?! xD Aquela coisa maluquete, com letras engraçadas e outras tantas simplesmente geniais! Rita Lee \o/ é phodona, meow. Pra baixar e ter uma idéia: ando meio desligado, vodka, chiquita bacana, o suicida.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Mr. Johnny Cash.

http://br.youtube.com/watch?v=SmVAWKfJ4Go

Hurt, by Nine Inch Nails, in the voice of Johnny Cash.
Tô viciada nesse clipe.

Um pouquinho de futebol... pra não perder o costume.

Hoje nós matamos a última aula para assistir à partida entre Brasil e Estados Unidos. Futebol feminino. Fomos eu mais um grupo de garotas para um botecão de esquina. Não pergunte. Entre cerveja, coca cola, bolachas e gritos, eu e Ciça comentávamos o jogo com ar de profissionais:
"DEIXA ESSA BOLA NO CHÃO, PÔRRA!".
"ESSE TIME NÃO SOBE, CARAMBA!".
"CARA, OLHA LÁ: NO ATAQUE SÓ TEM DUAS! ELAS NÃO TÊM COM QUEM JOGAR!".
"TEM UMAS 500 JOGADORAS ATRÁS, MAS NENHUMA DELAS É ZAGUEIRA!".
"Ô GOLEIRA DO CAPETA!".
ETC.
Os caras do bar olhavam de esguelha, comentavam entre si, xingavam alto e bebiam. O tio das breja queria ver o circo pegando fogo e torcia pelas norte-americanas. Bobinho.
Ao final do segundo tempo, ainda no 0 x 0 (!), fui pra Vó bater o meu rango, na esperança de chegar em tempo de assistir à prorrogação. Meow, dificilmente um jogo me empolga tanto quanto o de hoje foi capaz de empolgar.
Apesar d'eu achar que o nosso posicionamento dentro de campo deixou muito a desejar, com a Marta e a Cristiane tendo de, literalmente, fazer milagre no ataque, e que os nossos passes estavam muito nervosos, é impossível olhar pr'aquelas meninas sem falar do talento e da garra delas. Meow, era cada drible que saía! *_*

Tem algum bom tempo o futebol deixou de me impressionar. Aquela merda que se assiste na tv às quartas e domingos, senão pelos times que disputam vaga na primeira divisão, é um desfile de gente excessivamente treinada com acesso de estrelismo e vontade de fazer bonito pra disputar salário em time europeu. É tudo um bando de macaco obediente que não inventa nada, não tenta nada. Absolutamente cansativo. Isso sem falar na rotação endêmica de treinadores. Atualmente, a única coisa que envolve futebol e vale realmente a pena é futebol de rua ou Rock Gol. E, agora que eu pude constatar, o nosso time feminino.
Quando eu assisti a um jogo da nossa seleção feminina pela primeira vez, não gostei tanto. Achei que o nível daquele futebol não se comparava nem ao de um time masculino de segunda divisão. Penso que, de lá pra cá, melhoramos muito em questão de técnica e tática. Tipo, é outra história, saca? Além de terem melhorado o nível das jogadas, elas estão bem mais organizadas em campo. Parece que todo o incentivo que o futebol feminino brasileiro não obteve nos últimos 300 anos acabou depositado nesse time que foi disputar as Olimpíadas de Pequim. [Ó, não... O que será delas agora? O.O'']
Mas, ok, elas não venceram. Tomaram o gol do azar na prorrogação, apesar de atentarem um zilhão de vezes contra o gol das norte-americanas, que só não levaram (apesar d'o nosso posicionamento ter atrapalhado pra caramba - sim, eu tô inconformada com isso) por causa da goleira e porque deus, em certos momentos, realmente não quis que a bola entrasse. Em compensação, ele também não deixou as norte-americanas tirarem vantagem de algumas gafes nossas na defesa. O.O UFA.
O que dá pra dizer, né? As norte-americanas estavam preparadas para um time que vem pra cima. A defesa e a marcação delas não sossegaram. Foi uma vitória mais tática do que qualquer outra coisa. Elas jogaram bem: souberam aproveitar as [poucas] oportunidades que tiveram, ainda que com certo receio do nosso tipo de jogo - em nenhum momento, nenhuma delas tentou (conseguiu?) escapar de três ou mais jogadoras nossas. Nós demos, sem dúvida, um show de habilidade... Por outro lado, nossa zaga estava furada. E nossas atacantes, sozinhas.
Diria mais também... Diria que foi uma disputa equilibrada. Com direito a muitos comentários e uma torcida atenta. Nunca vi tanto homem empolgado com jogo de mulher na minha vida. Também comi muitas bolachinhas de aveia. E... Bem. Foi um jogaço. Parabéns pela prata, meninas. Foi PHODA! *o*
Sem mais.

let it be, beatles

domingo, 17 de agosto de 2008

Comunguei há três anos.

Tipos de governo

Socialismo
Você tem duas vacas. O governo toma uma e dá para seu vizinho, que não tinha nenhuma.

Comunismo
Você tem duas vacas. O governo toma as duas e dá a você um pouco do leite diariamente.

Fascismo
Você tem duas vacas. O governo toma as duas e vende a você o leite.

Nazismo
Você tem duas vacas. O governo mata você e toma as duas vacas.

Burocracia de estado
Você tem duas vacas. O governo tomas as duas, mata uma e joga o leite da outra fora.

Democracia
Você tem duas vacas. Vende as duas para o governo, muda pra cidade e consegue um emprego público.

Anarquismo
Você tem duas vacas, mata as duas e faz um churrasco.

Capitalismo Selvagem
Você tem duas vacas. Vende uma, compra um touro e o governo toma os bezerros como imposto de renda na fonte.

Neoliberalismo
Você tem duas vacas. O governo se apropria das duas, se endivida e as vende baratinho para os gringos, devolvendo a dívida a você. E você ainda paga um absurdo pelo leite que era seu.

Governo do petista
Suas vacas sumiram. Ninguém sabe, ninguém viu.

Não sei quem escreveu... Também não sei se todos funcionam como descrito, mas, sei lá, achei interessante.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

um dia comum de aula

Na sala, o professor fala sobre qualquer coisa. O pessoal da frente presta atenção; o do fundo tenta - só tenta. Não acidentalmente, eu me encontro no fundo. Geralmente na última carteira, onde posso ler meus livros em paz, ou conversar com o Cocô sem atrapalhar o interesse alheio. O problema é que Cocô ri alto pracarai. E, como se já não fosse o suficiente, faz ÓINC-ÓINC quando ri.
Hoje, eu estava contando piadas.
-- Sabe qual o melô do judeu?
-- Não. Qual é?
-- ♪ Amanhã de manhã, vou pedir um café pra nós dois. ♪
-- Hehehehe.
-- E o da mulher de 40 anos?
-- Diz.
-- ♪ Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. ♪
-- HEHEHEHEHE.
-- Qual o melô do leproso?
-- ...
-- ♪ Jogue as suas mãos para o céu. ♪
-- HEHEEEHE - ÓINC - HIHIHIHIHEHE - ÓINC
-- E o melô das gêmeas siamesas, sabe qual é?
-- HEHEHE ÓÓÓÓÓINC - HEHEHE ÓÓINC
-- ♪ Se ela dança, eu danço, se ela dança, eu danço. ♪
-- ÓÓÓÓÓIINC!!!
-- E, por fim, qual o melô do sexo anal?
-- ÓÓÓÓÓIIIIIINCC!!! HEEE HEEEE HEEE ÓÓÓÓINC!
-- ♪ Quero ver você não chorar, não olhar pra trás, nem se arrepender do que faz. Quero ver o amor crescer, mas se a dor nascer, você resistir e sorrir... ♪
-- [insira onomatopéia absurda.]

A sala toda olha pra trás, eu fico vermelha e digo:
-- Perdoem. Esqueci de trazer a coleira dela hoje.

sábado, 9 de agosto de 2008

Adooooooooro. ^^'

que viagem
assim que você chega
a abóbora vira carruagem


Alice Ruiz

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Coisa que saiu da minha boca hoje.

-- "Acho que deus é uma opção... Em todos os sentidos."

Daí eu 'tava louca que alguém respondesse:
-- Vâmo vê se tu diz isso quando chegar no Inferno!!

From Hell \,,/_

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Solange, a gaga de Ilhéus

Message in a bottle.

Quando pequena, eu tinha a mania (ou o dom? ou a ignorância?) de imaginar as coisas certas. Até então, não passava pela minha cabeça a idéia de que alguém podia roubar ou matar tendo lá a sua grande porcentagem de razão. Aí eu assisti a Alladin e comecei a pensar que não fazia assim tão mal roubar comida quando se é faminto.
Quando menos pequena, eu adquiri o costume de assistir ao Jornal Nacional seguido de novela. Pra quê, né? ¬¬ O primeiro fazia o favor de mostrar que as coisas, a princípio certas, como governo, reflorestamento, Greenpeace, aeroportos e ONU, cometiam (inúmeros) erros, e o segundo ainda tentava - inutilmente - me segurar na crença de que, no final, tudo ficaria bem. Agora eu simplesmente perco meu tempo pensando "que final?".
As redações da professora de redação do colegial, ou as do ENEM, da FUVEST, da Cásper pedem que o aluno disserte sobre determinado assunto, geralmente relacionado a alguma pendência infeliz de sempre (isso quando eles não te fazem enrolar em cima daquela baboseira de a Internet ser um palco pra informação duvidosa), e proponha soluções. O negócio é que é muito difícil alguém aparecer com soluções originais válidas em questão de 50 minutos ou menos. Além do que, nós convivemos "muito bem" com a ampla gama de soluções já propostas e, no que diz respeito à eficácia, ao seu igualmente amplo arsenal de falhas, comumente administrativas. Eles só querem mesmo é que você se mostre um ser capacitado. Bah.
Quando mais menos pequena, então, eu perdi o costume de assistir ao Jornal Nacional e à novela. Não tinha o que fazer e brincava de escritório. Meu escritório tinha um nome modesto: "A.W.: Idéias Geniais". Foi então que o governador do estado de São Paulo ligou para a minha secretária, Cláudia. Cláudia era uma barbie com cabelo recortado e batom na cara que, um dia, pertencera à Mamãe. Pois bem, ele ligou pra ela e pediu pra falar comigo:
-- Alô seu governador.
-- Ôpa. Tudo bem?
-- Belêeza, seu governador. Diga.
-- Seguinte: quero encomendar um projeto, mas não faço a mínima idéia do que seria. Sei que meu mandato tem um objetivo principal: gerar empregos.
-- Tá ordenado. Te mando o troço pronto daqui uma semana.
-- *blá, blá, blá* [Elogios. Eu tenho o ascendente em Leão, portanto essa parte é altamente compreensível...]
Não precisei de uma semana. Em 4 horas, desenhei o que seria o estado de São Paulo, escrevi um texto falando resumidamente de como poderíamos gerar empregos levando energia elétrica aos cafundós. Usaríamos cabos ópticos e tudo passaria por baixo da terra, pelo menos nas cidades, pra evitar poda de árvores e acidentes com pipas. Para isso, precisaríamos de operários (os tais empregos). E eu acabei inventando os colégios técnicos (que já existiam, mas eu não sabia, então é como se tivesse inventado xD). Anyway, ficou lindo. Eu também fazia ganchos com a ocupação urbana e outras coisas, só que não lembro bem. Fiz há muito tempo e perdi o desenho.
Fato é que, por algum motivo, as coisas nunca são tão simples assim. E até as boas idéias, como os colégios técnicos, depois de um tempo, deflagram algum tipo de problema. Atualmente, o técnico é um cobre-faculdade; tu não fez engenharia, mas fez o curso de eletroeletrônica do teu colégio, o que não te dá o cargo de um engenheiro graduado, mas te possibilita o conhecimento necessário para desempenhar determinadas funções de engenheiro. Tu fica naquele não-chove-não-molha, saca? Naquele não-chove-não-molha típico de país de Terceiro Mundo, onde um desenvolvimento razoavelmente acelerado se choca com um sistema educacional de merda (vulgo Brasil, basicamente).
Agora, já mais crescida, eu saio por aí à procura de idéias, mensagens que, de algum modo, virem propostas certas, pra ver se recupero aquele discernimento bonito e eficaz da infância. Paro pra ouvir os caras no centro que fazem discursos empolgados e atiram bíblias no chão. Olho ao redor pra ver como as pessoas reagem e elas denotam interesse pela interpretação, mais do que pelo discurso.
Eu discuto com o pessoal na faculdade e é estranho. xD Não sei se isso acontece apenas com os jornalistas, mas é possível reparar numa tácita e concordante vontade de mudar o mundo. Todos eles querem fazer suas denúncias. Uma quer fotografar, a outra quer ser correspondente de guerra, o outro, que se interessa por política, faz seus comentários afiados, uma forma de protesto. Arnaldo Jabor, Marcelo Rubens Paiva explicam. Entretanto, também não dá pra deixar de notar os argumentos cansados. Então o que a gente vai fazer pr'o resto da vida é denúncia?!. É uma parte importante, mas não é tudo... A gente deveria fazer com a Amazônia a mesma coisa que fizeram com a Isabella: falar só dela, pra ver se adianta. Às vezes, eu olho pra eles e tenho medo de vê-los desapontados com os próprios motins...
Daí vou a shows de rock. Não costumo ser muito seletiva. Ultimamente, tenho ido a muito show de HC, por causa de uma amiga doida e vegan (aquele tipo vegeta que não come absolutamente NADA que provenha de animal). E então os caras falam dos animais ao microfone, enquanto aquele bando de gente se soca libera a agressividade acumulada na roda que se forma em frente ao palco. Eles têm todo um estilo de vida, algo pra se respeitar. O gozado é que metade das pessoas vai lá pela música. Não é pra saber das ONG's interessadas, nem pra comer quibe de soja. Daí eu lembro do furo que foi aquele Live 8 da vida, um festival de música organizado em torno de uma cúpula do G8, que se reuniu pra discutir quantos bilhões de dólares seriam repassados ao continente africano anualmente. Deu que a cúpula não resolveu porra nenhuma e o Live 8 foi nada mais, nada menos que uma oportunidade perdida de ver Oasis, Coldplay e Shakira playando ao vivo e de graça. Ponga.
Fico me perguntando onde foi parar o valor da mensagem... Eu ainda sou meio Cazuza, caçando uma ideologia. Mas daí eu olho ao redor e vejo que tá todo mundo assim: senão cético de vez, quase. Senão quase, entupido dos quiprocós.
Enfim, a sensação que dá é a de que eu levei muito pouco tempo pra ser invadida pela certeza de que tem sempre alguma coisa errada - e sem conserto - em tudo. Deveriam ter me deixado mais tempo com o Tintin e os meus filmes de Sessão da Tarde, onde todo mundo tinha vez e os babacas (sempre completos babacas) eram identificados e punidos, sem dúvida ou indulgência. E onde havia gente que lutava para que fosse assim.

heart in a cage, the strokes