quarta-feira, 14 de maio de 2008

Juventude Transviada

Meu caderno para anotações vagas está explodindo. Meu quadro para rabiscos tem frases pretensiosas. Tenho escutado muita música de mulher: Ana Carolina, Espumas ao Vento, Me Revelar, Bic Runga, Marisa Monte, Norah Jones, Rita Lee. Estou numa daquelas fases, sabe? Totalmente Audrey Hepburn tirando Moon River na janela...
Vontade imensa de fugir.

Vou me demorando pela rua. Tô a extremos e não posso chegar cedo em casa; fico super desagradável no particular. Só tenho paciência pra minha zona.
Bagunço mais ainda o quarto para afastar os possíveis invasores. Há roupas e livros no chão; a cama, desarrumada.
Passeio de tênis pelo ap, chuto a bola na parede e, quando Mamãe chega, fecho a porta do quarto e passo a noite na minha, lendo, imaginando coisas. Se isso fosse filmado, longe de ser um filme, seria um documentário sobre o meu Infinito Particular.

Quando duas meninas vivem juntas e, por algum motivo, acabam disputando um mesmo espaço, as coisas ficam podres. Mamãe e eu, já há um tempo, temos disputado um espaço indefinido, onde uma não quer se colocar no lugar da outra (e vice-versa).

Atiro os tênis na sala. Quando fica escuro, tropeço neles. Isso acontece toda santa noite.
Toda santa noite,
Toda santa noite,
Toda santa noite,
eu tropeço nos tênis, eu me tranco no quarto, tenho vontade de brigar com a Mãe.
Ouço ¬¬ coisas que eu sei e fico com raiva da minha crisesinha meio-menina meio-adolescente. Passei hoje um tempão no telefone descarregando. No telefone.
Bom, que seja. Eu precisava da minha fase Peter Pan.

infinito particular, marisa monte

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