quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

=0D

O meu canceriano é um saco, tá com treze anos de idade, e todo peludo. O cabelo tá arrepiado, os óculos, estilosos, e ele não faz idéia do quão bonito vai ficar quando maior.
Playstation pra lá e pra cá; não fosse por isso, a gente se daria muito bem. Cancerianos têm ótimo papo; o dele tem ficado mais interessante também. Aquela fase das perguntas, sabe?
"O que é ideologia?";
"Andrea, o que quer dizer field?";
"Andrea, se você acabou de comprar um carro e vem um outro carro e bate no teu carro, o que acontece com a placa do teu carro?";
"Você ía me bater se eu colocasse o cd do High School Musical?";
"Eu sou malvado?".
É o tipo de criatura em quem só eu bato. Só EU tenho licença e desculpa pra tanto. E bato só porque ele é canceriano e, como canceriano, tem a mania de provocar a prima. Provoca quando encosta e pede carinho de 15 em 15 minutos, sabendo que a minha pessoa não é dada a tamanho grude, ou quando começa a falar ininterruptamente para que eu não continue a fazer o que quer que fosse que eu estivesse fazendo, ou ainda quando insiste com o funk e o High School Musical.
À parte isso, é... Tenho que confessar... Ele até que é legal.
Da série conversas de ontem à noite: o telefone toca à meia-noite. Um amigo. Vou até a lavanderia e ele - o priminho - levanta curioso. Depois de uns 15 minutos, volto pra sala, onde está montada a nossa cabana de dormir. Ele pergunta "quem era?"; "um amigo"; "é teu namorado?"; "não"; "ah tá". E volta pra cama.

O Rio de Janeiro continua lindo, isso não há como negar. As luzes, o Pão de Açúcar, o Redentor, o marzão, a Ponte e - meu deus do céu! - as pernas pr'aqueles lados de Copacabana, Arpoador e Ipanema. Imaginei os três: Tom Jobim, Vinícius e Toquinho sentados na praia cantando as menininhas, tentando decidir qual delas ganharia o prêmio de Miss Pernas. Feliz impasse.
O Rio, desde pequena, me admira pela imensidão: é uma segunda São Paulo, só que cheia de pontes, praias e, agora que eu cresci, cantos interessantes. Ficou aquela sensação de quem precisa voltar e passar algum tempo por lá pra descobrir a cidade como se deve.
7h pra ir e o Rio me recebe com sol. 10h pra voltar e a minha terra me recebe com chuva.

metamorfose ambulante, raul seixas

Um comentário:

Cecília Floresta disse...

Não me parece nada desimportante.