sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Celular

Quando tu não usa o celular pra muita coisa, ele tem, basicamente, duas funções: ou é bip pra Mãe preocupada, ou é um poderosíssimo campo eletromagnético pra propaganda e engano.
Outro dia, foi assim...
-- Alô?
-- Mãe?!
-- Er... Fala, filho.
-- Mãe, eu sei que não é você.
-- Pô, foi mal, cara. Mas, mesmo assim, tá precisando de alguma coisa?
Túúú, túúú, túúú...

-- Alô?
-- Oi, Andrea. Aqui é da Companhia seiláquenome.
-- Er... Sim?
-- Você está trabalhando atualmente?
-- Bom, eu tô cumprindo aviso.
-- E daqui quantos dias você estará disponível (atente à palavra; não é estranho como isto soa?)?
-- Daqui quinze dias.
-- Então, estamos entrando em contato por causa de uma vaga de emprego.
-- Opa, legal.
-- Você já ouviu falar/conhece a Companhia seiláquenome?
-- Nope.
-- Blá, blá, blá, blá, blá. E estamos precisando de alguém seiláoquenãoseimaislá telemarketing.
-- Hm. Basicamente, eu teria que passar o dia atendendo telefone, né?
-- Você - segue uma longa explicação eufemística sobre atendimento e .extração. de dúvidas. Tem interesse?
-- Não.
-- A Companhia seiláquenome agradece a atenção.
Daí eu viro e digo:
-- Meow! Meu celular agora inventou de me arranjar propostas de emprego!
-- Hm. E foi uma boa proposta?
-- Não, mas, pô, foi um começo. Onde é que tu já viu celular avisando que tem vaga aqui e acolá?
-- Verdade, coisa de outro mundo.
Chegando em casa, foi que eu me alembrei... O número do meu celular está distribuído de forma praticamente homogênea pela internet: tá no orkut, tá em sites estranhos, tá, inclusive, num site de currículos. Olha aí o meu milagre... É engraçado isso; toda vez que eu penso que forças sobrenaturais estão agindo sobre o meu cotidiano, percebo que, na real, sou o agente causador delas.
E... e... Bum.

ouvindo the year of the cat, al stewart.

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