quarta-feira, 26 de setembro de 2007

shattered


tenho um poeta guardado para as noites inspiradas
só que ele anda sem musa, palavras ou detalhes...
e começa a pensar que tem cabeça e mãos atadas
à idéia de que as idéias e as musas fizeram-s'entalhes

ele tá pendurado de cabeça pra baixo, à espera
d'algum código secreto, algum abraço de criança,
uma canção de recomeço, algum lapso de fera,
mas começa a saber:
a espera,
feito procura,
também cansa.

ai, ai, que o meu poeta vive de saudade do que não viu
e mais ainda eu, que vivo com saudade do que já foi
pois o que foi, eu vivi e ninguém o viu
e ele tem o que não viu sem ter vivido o que lhe foi.

ah. saudosismos do caralho a quatro, e suas mini estórias!
eu que tenho no umbigo friozinho de memórias,
sei que o poeta me resguarda, as ressalva e até ressente
pois me confino nelas chorando e ele as mente.

(...)
não sei como terminar. aliás, acho que esse é um poema sem meios de finalização.

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