domingo, 17 de junho de 2007

Obsolescências de um domingo

ao andar por aí, só e descontraída, gosto de gravar na cabeça nomes interessantes de ruas e lojas, lugares, conveniências inusitadas. por exemplo, eu descobri onde é que tem um clube de cães, para o caso de querer freqüentar um qualquer dia, ou mesmo para informar quem estiver à procura. achei também um sex shop que funciona aos domingos a partir das 6h da manhã; diga-se de passagem, é o único estabelecimento aberto nas redondezas... também encontrei a seguinte rua: são joão carlos kruel.
eu devo ser um tipo de serviço esquecido no contingente de serviços de atendimento à população... já fui capaz de informar onde é que se compra edredon a preços altamente negociáveis; onde ficam e quais as comodidades de pensões baratas; onde ir na vontade de escutar boa música (incluso jazz, punk e tango) de graça; onde fazer bons cursos de teatro, literatura e artes sem custo algum. antigamente, eu até ensinava a andar de ônibus sem pagar passagem.
o problema é quando uma das coisas nas quais a gente tem que parar pra pensar é a merda do vestibular. e hoje eu fiz o meu primeiro simulado do ano e a coisa não foi lá das melhores... [penso eu que, de todas as babaquices que um ser humano tem que fazer na vida, vestibular é uma das maiores...] principalmente se aquilo que tu quer tá com uma nota de corte que chega a ser ofensiva pra quem é 100% humanas, paz e amor. oh my god.
mas é a vida... daí tem gente que chega pra mim e fala "mas e a cásper?". putz, e eu lá com a cásper? quando eu quero uma coisa, eu quero uma coisa e não adianta tentar substituir. e, pra minha sorte (ou não), eu sei o que eu quero. eu quero a grama da ECA. eu quero aqueles ensaios fotográficos mirabolantes. eu quero a arte, as palavras, os cabelos esquisitos, os ilícitos, as discussões, os depressivos, os fãs de bukowski. e eu quero re-la-xar. ai, ai... [normalmente, se eu me ouvisse dizendo isso, já partiria pra cima de mim com as minhas superstições: "não, porque no ano passado, sua anta, tu não passou porque 'tava assim, querendo lerolerolar". mas, como hoje estou com o meu lado racional enaltecido, deixo que ele diga: "quanta besteira, meu deus do céu... vou mentir pr'o meu espírito então?! dizer que o quero mesmo é levar a sério?! minha santíssima, e o que é que eu levo a sério nessa vida?! vou começar agora por quê?! que cazzo!". e seguem as reticências de culpa.]
daí eu penso em livros... putz! quantos livros eu gostaria de ler! e prometo pra mim que, quando crescer (!), terei uma livraria que fechará aos domingos só para que eu me esconda nela.
daí termino o dia quase bem (não fossem por essas pequenas animosidades quanto ao meu futuro jornalístico), porque assisti ao shrek terceiro e porque tenho um certo apreço pela escandalização que faço daquilo que o outro pensa de mim.
bah. dormir.

Um comentário:

Gustavo Lázaro disse...

Deuses, você é uma fera escrevendo MEL o_O