sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

i feel it all, i feel it all

não tem comida, eu saio pra comprar; não tem remédio, eu saio pra comprar; não tem pressa, eu saio quando bem entendo. não tem precisão, não saio não. fico na sala, estatelada, no sofá-azul-que-afunda.

não tem consolo, eu vou procurar; não tem preço, não me preocupo em pagar; não tem patrão, ainda bem que não. não tem música, caralho! ai não dá pra aturar.

não tem você... onde te encontro? você não tá mais no caminho do metrô, nem me chamando pra matar aula, porque precisa de ajuda pra pintar o quarto. eu devo ter feito ou dito algum impropério infeliz.

não tem o teu punk sujo no meu ouvido, onde você se meteu? nesse carnaval que foi menor, porque eu não te entendo mais desde a semana passada... e, saca só, sambei só e só sambei, porque você não me chamou pra verdurada.

não tem crédito no celular, eu espero o fim do mês pra comprar. não tem roupa no cabide, eu espero o fim do ano pra comprar. não tem amor, eu alugo as moças bonitas. me farro e enfado nos colos dessas biritas. não tem beijo, mas eu espero pra te abraçar.

mas não tem você... onde te encontro? não tem mais mensagem tua e eu te sinto vazia, toda vez que olho. você repara, eu entrego, mas você não diz. e eu me ponho a pensar que devo ter mesmo feito algo ou dito algum impropério infeliz.

não tem dicionário, eu invento significado. não tem aquela sintonia, eu deixo de lado. não tem você, porque você não quer. porra, deve ser mesmo a minha sina gostar e suportar esse tipo de mulher.

quer mesmo saber? brigue comigo, porque cobrar qualquer coisa de ti... eu não consigo.