sábado, 29 de março de 2008

praticidade

lá fora, a janela balança pra lá e pra cá com o vento. ela estronda contra o parapeito. uma hora, quebra. também eu, um dia. um dia - paramos por aí.
na minha parede há um quadro onde rabisco repentes adolescentes e grudo ímãs de pseudo-ídolos: raul, beatles, simpsons, charlotte, alice. tem a janis também, mas a janis não é minha pseudo-ídola; ela é interessante.
interessante, às vezes e besteira são minhas palavras-chave. todo mundo tem palavras-chave. é quase impossível passar sem elas. "que acha do filme? interessante"; "e da vida? às vezes, (...)"; "e de mim? (...) besteira (...)".
do outro lado do hall, há um vizinho que não sai de casa. as janelas dele ficam fechadas o dia inteiro e às vezes é possível identificar alguns ruídos provindos do ap.. na maior parte do tempo, porém, é silencioso. quando meu irmão e minha Mãe brigam, ele deve ter vontade de socá-los. também eu tenho.
na minha mesa de-jantar-que-fica-no-quarto, há um abajur. ele ilumina mais do que o lustre e, melhor que isso, deixa meu quarto com ares de filme independente. com "com ares de filme independente" quero dizer que são precários os recursos luminosos. luz boa mermo é a da cozinha... e é lá que fico quando não tô na rede.
soluções/resoluções eficientes, raramente drásticas. antes de chegar no drástico, já tá resolvido. respostas diretas, objetivas, claras. "tem motivo? tem? diz. não tem? ok."; "quer? ótimo. não quer? fudeu.".
recentemente, descobri que me prefiro em períodos curtos. quase-aforismos. nunca resumos. preferencialmente falados, quando balbucio palavras e elas encontram o teu ouvido.

live forever, oasis

Um comentário:

Pedro Zambarda disse...

Também tenho vontade de socar meu irmão quando ele provoca minha mãe, e vice-versa.

Meu quarto tem ares de "japanese lover" - coberturos com kanjis, uma espada de madeira no armário e bonequinhos de ação. Sou uma criança não crescida, uma eterna contradição.

Ah, guitarras deixam os cômodos mais estéticos =P

Beijos, Mel!