domingo, 18 de outubro de 2009

resumidamente, eu

a menina do cansaço permanente e andar tropeço.
eu, abarrotada na roupa, abarrotada de beijo.
escancarada de vontades que ficam nos olhos.
filha de deusa, mãe do irmão. irmã da Vó.

eu solta, sem muito papo, sem muito grilo.
com sabor de suco de melancia e trufa de maracujá.
e a percussão nos passos.
e o desprezo do tempo, vou sempre sem pressa.

eu filha do samba.
brasileira de carteirinha, paulistana de coração.
aderi ao tu porque acho bonito.
e aos sábados tem feijoada.

eu não muito dona de mim.
incapaz de dizer não ao pedido... cedido.
concedo a dança, o deslize, o impulso insensato.
intento o pacto de sangue, recuo no ato.

eu medo, eu punho, eu te pego.
força que abraça e braça contra a maré
sem alcançar a praia, contudo,
sem perder a fé.

2 comentários:

Larissa Alves disse...

adorei !!!

Anônimo disse...

c'est trés prenant il y a du Baudelaire et de l'Eluard dans ces vers!! bonne route...